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Estado de Minas

Na convenção do PMDB, Dilma elogia Temer, mas evita confirmar nome do vice para 2014

Peemedebistas ensaiaram discurso de que ela não poderia ter sido mais explícita sobre a chapa


postado em 03/03/2013 06:00 / atualizado em 03/03/2013 10:11

Dilma com o vice, Michele Temer. No discurso, ela elogiou o PMDB e destacou a importância da parceria(foto: Elza Fiuza/ABr)
Dilma com o vice, Michele Temer. No discurso, ela elogiou o PMDB e destacou a importância da parceria (foto: Elza Fiuza/ABr)

Brasília – Na festa marcada para recondução de Michel Temer à presidência do PMDB, a presidente Dilma Rousseff, convidada especial, foi ao limite do que poderia ir a 18 meses das eleições. Ao ressaltar a importância e lealdade do partido ao longo de seu primeiro mandato como presidente, ela praticamente selou a parceria PT e PMDB no ano que vem. “Encerro o meu discurso desejando vida longa a esta aliança”, declarou, após 45 minutos interrompidos por claques peemedebistas e gritos de ordem da militância. Em nenhum momento, entretanto, confirmou Temer como vice.

Antes mesmo do fim da convenção nacional, os peemedebistas repetiram o discurso que, naquele momento, seria impossível Dilma confirmar o nome do atual companheiro de chapa, inclusive por imposições da legislação eleitoral. “Mais seria impossível, seria quase uma indelicadeza, até porque ela não é candidata a presidente. Ela será candidata a presidente no ano que vem, a chapa se formará no ano que vem”, disse o próprio Temer. Para o presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), a petista adotou uma prudência legal. “Seria um crime eleitoral se a presidente ou alguém citasse uma chapa para 2014. Falta um ano e meio ainda para as convenções partidárias”, afirmou.

A cúpula do PMDB também foi extremamente habilidosa ao amarrar a aliança nacional e afrouxar o nó nas disputas estaduais nas quais o partido estará empenhado no ano que vem. Em boa parte delas, o adversário será o PT, como é o caso do Rio, Bahia e Rio Grande do Sul. Para não melindrar os diretórios locais, Temer anunciou, atendendo  pedido do PMDB baiano, que após a veiculação da propaganda partidária nacional as inserções estaduais passarão a ser responsabilidade de cada diretório.

A medida foi enxergada como uma forma de a cúpula peemedebista deixar as lideranças livres para as composições políticas que julgarem mais convenientes. O caso do Rio continua sendo o mais emblemático. Para tentar amenizar as divergências, a presidente afagou o governador Sérgio Cabral e o vice-governador Luiz Fernando Pezão, presentes ao evento. Pezão será o candidato do PMDB ao governo estadual e enfrentará, provavelmente, o petista Lindbergh Farias (PT-RJ), eleito senador há dois anos. Quando citou nominalmente a dupla de peemedebistas, a claque fluminense da legenda gritou, entusiasmada. “É união, é união. Com Dilma, Cabral e Pezão.”

Mesmo assim, foi lida na convenção a nota oficial do PMDB do Rio, assinada pelo presidente estadual, Jorge Picciani, e com ataques duros ao PT. “Todas as nossas lideranças e, sobretudo, nossa militância, apoiam Pezão. Sua candidatura é inegociável – não há hipótese de ele não ser candidato. Cabe ao PT que a desejada aliança se mantenha coesa, forte e uníssona. O PMDB não tem um projeto de poder, mas um projeto de Estado”, afirma o documento, lido pelo deputado federal Leonardo Picciani.

Coalizão

No plano federal, a lua de mel é inequívoca, embora o partido tenha anunciado a intenção de lançar candidatura própria em 2018. Dilma mostrou a importância, com exemplos nacionais e internacionais, da formação de coalizões para governar o país. “Vemos agora a situação da Itália, que não conseguiu formar uma coalizão de governo e enfrenta problemas e riscos de estabilidade política e institucional em um cenário econômico grave.” Recordou que, no Brasil, quase todos os governos eleitos após a redemocratização ampararam-se em coalizões partidárias. “O único presidente que não fez isso não conseguiu terminar o mandato”, afirmou, sem citar nominalmente o senador Fernando Collor (PTB-AL).

Para Temer, Dilma fez as referências elogiosas. “Ele é um político competente, sério e excelente negociador”. Disse ainda que o PMDB jamais faltou ao seu governo. “Ele não me ofereceu apenas apoio parlamentar. O PMDB me ajuda a governar, me deu o vice-presidente, Michel Temer, que divide comigo a responsabilidade pela condução do Brasil. Fazemos uma dobradinha que se completa e se complementa”, disse a presidente.


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Um dia depois do anúncio do pior resultado do Produto Interno Bruto (PIB) desde 2009 – 0,9% em 2012 – a presidente Dilma aproveitou a convenção  do PMDB para atacar a oposição e assegurar que o governo não perdeu as rédeas da economia. Chamou os críticos de sua gestão de “mercadores do pessimismo” e ressaltou dados econômicos de seu governo, como a inflação sob controle e a queda na taxa de juros. “Torcer contra é o único recurso daqueles que não sabem agir a favor do Brasil”, atacou a presidente.

 


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