A condenação por corrupção no Supremo Tribunal Federal (STF) não abateu Roberto Jefferson, o deputado cassado que denunciou o mensalão. Uma dia depois de assistir à sessão em que seis dos 10 ministros da Corte o declararam culpado de envolvimento no esquema, Jefferson afirmou estar sereno e disse não ter “nada a reclamar”. Apesar do veredicto do STF, ele continua a reafirmar inocência e nega que tenha se apropriado dos recursos repassados pelo chamado valerioduto. Jefferson até hoje rebate com ênfase as afirmações de que ele seria “o delator” do mensalão, a despeito de sua condenação por corrupção.
Ontem, Roberto Jefferson comentou sobre a condenação em seu blog. “A maioria da Corte Suprema do meu país já me condenou. Embora não concorde com as imputações, recebo com serenidade a decisão dos ministros”, garantiu o ex-deputado, cassado em setembro de 2005, depois que o escândalo veio à tona. Apesar da decisão de seus antigos colegas de o afastarem do Legislativo, Jefferson se manteve na Presidência do PTB até quinta-feira, quando decidiu se afastar do cargo para tratar da saúde.
A nota do ex-presidente nacional do PTB termina com uma citação em latim, que mostra a aceitação de Jefferson diante da condenação pela maioria da Suprema Corte. “Dura lex, sed lex”, declarou. A expressão significa “a lei é dura, porém é a lei.” Apenas seis dos 10 ministros se manifestaram sobre o caso de Roberto Jefferson. Já há maioria pela condenação, mas se quatro magistrados absolverem o réu, a defesa poderá apresentar um embargo infringente ao Supremo pedindo que a decisão seja revista.