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Estado de Minas

Câmara cancela homenagem a sócio da empresa que construiu edifício que desabou no Buritis

Diante da repercussão negativa, vereador desiste de dar título de cidadão honorário


postado em 18/08/2012 07:29

O engenheiro José Rodrigues Teixeira não será mais cidadão honorário de Belo Horizonte. A Câmara Municipal anunciou ontem o cancelamento da sessão solene que prestaria a homenagem a ele pelos “30 anos de serviços prestados” no setor da construção civil na capital. Sócio da Estrutura Engenharia e Construção, ele foi um dos responsáveis pelas obras do Edifícilo Vale dos Buritis, imóvel que desabou em 10 de janeiro.

A decisão de cancelar o título foi tomada diante da repercussão negativa da homenagem marcada para 1º de setembro – divulgada pelo Estado de Minas quarta-feira –, por Teixeira e pelo vereador Paulinho Motorista (PSL), autor do requerimento. “Sugeri o título na melhor das intenções. Foi algo natural. Mas com esse desgaste todo é melhor cancelar”, afirmou ontem o parlamentar, que reclamou das críticas feitas também por alguns colegas de plenário.

“Quando pedi as assinaturas para a sessão, ninguém falou nada. Pelo contrário, elogiaram o José Rodrigues”, argumentou. Para esse tipo de homenagem é necessário o aval de todos os líderes partidários e de bancada, e, segundo Paulinho Motorista, todos eles assinaram. O vereador mora em um prédio no Bairro Serra que teria sido erguido pela construtora. Para ele, o que aconteceu no Buritis foi uma “fatalidade” e a Estrutura, Engenharia e Construções não teve qualquer responsabilidade. Os moradores do Buritis já haviam avisado que fariam um protesto nas galerias da Câmara Municipal no dia do evento.

Falha estrutural O Vale do Buritis foi construído em 1996 e no ano seguinte já apresentava problemas como rachaduras e trincas. Há dois anos, os moradores entraram com uma ação judicial pedindo reparação de danos por causa de uma obra inacabada de reforço da fundação. Em outubro do ano passado o imóvel foi interditado pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) diante de um laudo de risco de desabamento. O prédio chegou a ser escorado para os moradores tirarem seus pertences e a empresa notificada a pagar aluguéis para as cinco famílias que precisaram sair de casa às pressas.

Com as fortes chuvas de verão, o prédio desabou em 10 de janeiro. Segundo laudo da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), o desmoronamento foi causado por um corte no terreno aos fundos, pela Podium Engenharia, empresa responsável pelo Condomínio Art de Vivre. Um dos edifícios foi demolido e o outro ainda resiste, até que nova decisão seja tomada. O perito indicado na ação alega que houve falha estrutural do prédio, que não pôde ser identificada pela ausência do projeto original de fundação. Agravaram o problema a inclinação do terreno, o recorte no barranco nos fundos, a falta de drenagem na Rua Laura Soares Carneiro e as chuvas intensas.

Um por semana

Os vereadores de Belo Horizonte distribuíram, só este ano, 33 diplomas de honra ao mérito e 25 títulos de cidadão honorário. As homenagens custaram aos cofres públicos R$ 4.595, referentes aos prêmios, diplomas, condecorações e medalhas. Um dos agraciados foi o jogador do Clube Atlético Mineiro Ronaldinho Gaúcho, por indicação do vice-presidente do clube, vereador Daniel Nepomuceno (PSB).

Você se lembra?

"As causas das trincas que atingiram o Edifício Vale dos Buritis e outros imóveis próximos – que foram construídos em épocas distintas e por construtores diferentes – são completamente estranhas à atuação da empresa e ao processo construtivo do prédio, que foi concluído e entregue há mais de 15 anos"

Nota divulgada pela Estrutura Engenharia e Construção em janeiro


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