O presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), classificou nesta segunda-feira como "injusta" a crítica feita contra ele pelo vocalista da banda Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, durante o Rock in Rio 2011. Durante a sua apresentação, o músico defendeu a liberdade de imprensa e questionou a proibição judicial que impede o jornal "O Estado de S. Paulo" de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga o empresário Fernando Sarney, filho do senador. Em entrevista exclusiva ao jornal "Zero Hora", o presidente do Senado Federal lembrou que o rock tem como característica a contestação, mas defendeu-se das críticas feitas pelo músico.
"Embora ele tivesse o direito de recorrer à Justiça, no dia que ingressou com a ação lancei uma nota afirmando que se tivesse sido consultado pelo advogado não teria aceito", afirmou. O senador ressaltou ainda que, durante a ditadura militar, defendeu o veículo de imprensa e que, durante a sua vida pública nunca processou um jornalista, "mesmo tendo sido um dos políticos mais censurados da história da República". "A minha voz foi solitária dentro do Congresso Nacional em um discurso defendendo o Estadão e a liberdade de imprensa, arriscando meu próprio mandato", disse.