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Estado de Minas

Novo premiê grego anuncia governo que negociará com UE


postado em 27/01/2015 16:25

O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apresentou nesta terça-feira a composição de seu governo, cuja prioridade será renegociar a dívida externa do país e terminar com a política de austeridade que empobreceu a população.

O professor de economia de 53 anos é considerado um dos "radicais" do partido antiliberal Syriza, ao qual pertence há pouco tempo, e chamou a atenção por seus ataques contra as políticas de austeridade impostas por Bruxelas, considerada a responsável por "uma crise humanitária" em seu país.

Tsipras também nomeou como vice-primeiro-ministro um economista mais moderado, Ioannis Dragasakis, de 68 anos, defensor da reestruturação da dívida e de uma reforma do Estado.

Dragassakis, um quadro veterano do partido, coordenará as pastas de Economia, Turismo, Marinha Mercante e Infraestrutura.

O novo governo só conta com uma dezena de ministérios, incluídos quatro super ministérios (Economia, Interior, Cultura e Saúde).

O partido nacionalista de direita Gregos Independentes (ANEL), que fechou um acordo de governo com o Syriza, obteve o ministério de Defesa para seu presidente Panos Kammenos.

Nikos Kotzias, um universitário e antigo conselheiro do ex-primeiro-ministro socialista Yorgos Papandreu, é o novo ministro das Relações Exteriores.

Primeiras reuniões

A bolsa de Atenas caiu 6,4% após o anúncio do novo governo, e o título grego a 10 anos subiu a níveis próximos a 10%, longe dos 8,7% da semana passada.

Nos próximos dias as personalidades europeias começam a chegar a Atenas. Na quinta-feira, é o dia do presidente Parlamento Europeu, Martin Schulz, que se reunirá com o novo primeiro-ministro grego.

O presidente do Eurogrupo, o ministro holandês da Economia Jeroen Dijsselbloem, que na segunda-feira conversou por telefone com Yannis Varoufakis, se reunirá na sexta-feira em Atenas com Tsipras e com o novo ministro grego da área, disse à AFP um porta-voz do Eurogrupo.

Dijsselbloem lembrou na segunda-feira que "os problemas da Grécia continuam" e que "esperava conhecer a posição do novo governo".

A União Europeia exigiu que antes do fim de fevereiro a Grécia adote novas medidas de ajuste para obter a entrega da parcela de 7 bilhões de euros de ajuda.

Tsipras disse, após sua histórica vitória nas eleições de domingo, que a austeridade é coisa do passado, mas que está disposto a negociar.

Reestruturar a dívida para crescer

"Se houver boa vontade dos dois lados, se chegará a uma decisão", disse Yannis Dragassakis à AFP, antes das eleições.

"A reestruturação da dívida é um dos fatores que podem contribuir com a reativação. O outro (fator) é a necessidade de reformas", lembrou.

O Syriza deseja organizar uma conferência europeia que aborde as dívidas dos países, como a que foi celebrada em Londres em 1953, levando a uma redução substancial da dívida de uma Alemanha arruinada na Segunda Guerra Mundial.

A questão da reestruturação divide os europeus, embora a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, tenha dito que não é contra a ideia de uma conferência para discutir o tema.

No contexto interno, o governo grego destinará 1,2 bilhão de euros à luta contra a "exclusão social" sofrida por centenas de milhares de gregos depois de seis anos de crise econômica e política de austeridade.

O novo governo prometeu, também, aumentar o salário mínimo de 580 para 751 euros, cortar alguns impostos e implementar um plano contra o clientelismo e a corrupção.

Essas medidas, contudo, geram calafrios em alguns países produzem calafrios em alguns países da Europa, particularmente na Alemanha, guardiã do rigor orçamentário.

A chanceler alemã, Angela Merkel, demorou 48 horas para enviar uma mensagem de felicitação a Tsipras, uma demora inusitada. Finalmente, lhe desejou nesta terça-feira "muita força e sucesso".

Tsipras, cujo partido obteve 149 assentos dos 300 no parlamento grego. Foram apenas dois a menos do que o necessário para atingir a maioria absoluta de 151, e por isso optou por uma aliança com o ANEL, com 13 deputados.

O Syriza e o ANEL têm muitas diferenças, mas nos últimos três anos convergiram na oposição à política de austeridade e de submissão do governo à troika de credores formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI.


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