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Estado de Minas

Robôs com poder letal provocam Nova corrida armamentista

Indústria militar dos EUA aposta no rápido desenvolvimento tecnológico dos drones


postado em 20/01/2013 00:12 / atualizado em 20/01/2013 09:19

A invenção dos drones – como são chamadas as aeronaves não tripuladas e controladas a distância – é uma revolução. Embora possa ter aplicações civis e científicas, a grande revolução se dá no campo de batalha. Drones significam um degrau na escada da guerra. É o tipo de tecnologia que transforma a lógica de combate e altera a distribuição de capacidade bélica entre os países, como o tanque dos alemães na Primeira Guerra ou a bomba atômica dos americanos lançada sobre os japoneses em 1945.


O especialista Tom Engelhardt explica esse princípio de maneira precisa: “Quando essas armas surgem, sempre são apontadas basicamente como as armas perfeitas e se acredita que são a solução definitiva, que elas vão trazer a paz etc. E, claro, elas não são capazes de fazer isso. Mas, na verdade, não importa, porque, no momento em que elas parecem ser capazes de fazer isso, essas armas se instalam no nosso mundo e começam a proliferar. E isso é o que está acontecendo rapidamente com os drones.”


As máquinas voadoras têm muitas qualidades: são equipadas para captar informações (imagens, sons, frequências), usam armas com precisão eletrônica, evitam mortes de soldados e deslocamentos de tropas em território inimigo. Essas vantagens já foram suficientes para convencer mais de 50 países a adotá-las, seja desenvolvendo-as ou as importando. Boa parte dos atuais drones tem como fim a vigilância. A cada dia, no entanto, esses mesmos robôs podem e estão sendo equipados com armas.


Os EUA e Israel são os maiores produtores de drones do mundo. Israel foi o primeiro país a desenvolver a tecnologia com fins militares. Exporta e produz essas aeronaves em parceria com vários países. O Brasil é um deles. A Embraer e a AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems, fecharam parceria em 2001 e criaram a Harpia Sistemas para desenvolver drones em solo nacional, com transferência de tecnologia para os brasileiros. Colômbia, Chile e México estão no mesmo caminho. A Venezuela, com tecnologia iraniana, também começou a desenvolver seus próprios drones.
O custo é alto e varia de US$ 4,5 milhões a US$ 30 milhões cada aeronave (os modelos experimentais podem custar bem mais). Mesmo sem autorização legal para exportar, a indústria militar americana tem verba para pesquisa e destino de venda seguro: o governo americano. No ano passado, o Pentágono requisitou do Congresso uma verba de US$ 5 bilhões somente para o programa dos drones.


Com um orçamento militar maior do que o resto do mundo somado (mais de US$ 500 bilhões/ano), os EUA têm ampliado suas bases militares mundo afora, com especial dedicação à África. Desde que Obama tomou posse, o número de países com bases americanas subiu de 60 para 75, segundo dados de 2010. Cerca de 60 bases ao redor do mundo são dedicadas a operar drones sob o comando da CIA (Agência de Inteligência Americana). Apesar da superioridade tecnológica americana, é questão de tempo até outros países aprimorarem suas capacidades. Uma nova corrida armamentista já está em curso. Suas consequências, veremos em breve.


Evolução histórica

1 - Outubro de 2001 - Os primeiros drones Predator armados começam a voar sobre o Afeganistão menos de um mês após os atentados de 11 de setembro. Em março de 2002, começaram a fornecer apoio aéreo às tropas em campo

2 - Novembro de 2002 - Um drone Predator operado pela CIA lança
um míssil Hellfire contra um carro que estaria transportando membros da Al-Qaeda. Primeiro registro de assassinato remoto com um drone

3  - Dezembro de 2002 - Um drone Predator dispara um míssil contra um avião de combate iraquiano na zona de exclusão aérea. Primeiro ataque ar-ar com um drone.

4 - Maio de 2004 - A CIA começa uma campanha secreta de bombardeio por drones em regiões tribais do Paquistão. Ao longo de quatro anos, o presidente Bush ordenou 42 ataques com drones na região. De 2008 a 2011, o presidente Obama ordenou pelo menos 170 ações.

5 - Final de 2004 - Os EUA testam aeronaves não tripuladas no patrulhamento da fronteira com o México. Em 2009, drones começam a dar suporte a operações antidrogas do governo mexicano

6 - Final de 2009 - Os EUA começam a usar drones para monitorar e interceptar piratas na Somália. Em junho de 2011, com base em Mogadício, lançam vários ataques de drones no país contra militantes do Al-Shaabab, organização ligada à Al-Qaeda

7 - Abril de 2011 - O presidente Obama aprova missões de drones para apoiar rebeldes na Líbia e destroem as defesas aéreas de Kadafi durante a campanha de bombardeios da Otan. As ações também serviram na identificação de alvos e no suporte às forças aliadas durante a guerra. Helicópteros drones foram usados pele primeira vez

8 - Janeiro de 2011 - A polícia do Texas usa um pequeno drone durante ataque a um esconderijo de traficantes de drogas. Foi a primeira vez que os drones foram usados em missões de vigilância doméstica


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