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Estado de Minas

Com poucos PMs e sem delegado ou juiz, cidade teme ação de criminosos

Autores dos incêndios criminosos que destruíram ônibus em Francisco Sá não foram identificados e suspeita-se de que ordem tenha partido de dentro de presídio


postado em 22/05/2017 22:22 / atualizado em 22/05/2017 22:38

Os dois ônibus foram incendiados próximo ao terminal rodoviário da cidade (foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
Os dois ônibus foram incendiados próximo ao terminal rodoviário da cidade (foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Uma cidade aterrorizada, com moradores com medo de sair às ruas à noite, sem delegado e sem juiz. Essa é a situação enfrentada em Francisco Sá, cidade de 24,9 mil habitantes, no Norte de Minas. O medo da população aumentou depois que, na madrugada do último domingo, foram incendiados dois ônibus da empresa que faz o transporte de passageiros na linha entre o município e Montes  Claros, cidade-polo da região. Os autores não focam identificados e ninguém foi preso.

A  suspeita é de que a ordem para o ataque aos veiculos tenha partido de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá. Os responsáveis seriam detentos ligados a uma facção criminosa paulista.

"A população está com muito medo. As pessoas estão evitando sair às ruas à noite”, afirma a presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública (Consep) de   Francisco Sá, Clecy Fernandes. Ela disse que a comarca está sem delegado e sem juiz titular, e que o efetivo da Policia Militar no município é insuficiente para atender a demanda.

Para complicar a situação, afirma, a cadeia pública da cidade foi desativada há quatro anos. Toda pessoa presa no município tem que ser conduzida em uma viatura da PM até Montes Claros, a 42 quilômetros de distância, para autuação em flagrante na delegacia. O quartel da Policia Militar local conta com um efetivo de 26 militares e três veiculos, o que, de acordo com Clecy, é insuficiente para atender a demanda.


“Infelizmente,  a sensação é de que estamos em uma cidade sem lei”, lamenta a presidente do Consep. Segundo ela, Francisco Sá o município está sem delegado fixo há um ano e uma vez por semana, recebe a visita de um “delegado cooperador” de Montes Claros. Da mesma forma, relata, há um mês a comarca está sem juiz titular, contando com apoio de um juiz substituto, que trabalha no fórum local em um dia da semana.

Os ônibus incendiados de madrugada estavam estacionados em um pátio proximo à rodoviaria local. Testemunhas informaram que momentos antes do incêndio ouviram barulho semelhante ao de vidros sendo quebrados. No entanto, nenhum suspeito foi visto.

Conforme a PM, um perito da Polícia Civil encontrou próximo ao local, debaixo de uma pedra, um bilhete com o nome de uma facção criminosa paulista que age dentro dos presidios, constando que o ataque aos onibus foi “uma resposta a fatos ocorridos” recentemente na Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, na qual, no início do mês, houve a troca da direção. A Secretaria de Administração Prisional informou que nos últimos dias não houve registro de nenhum fato grave na unidade.

A  presidente do Consep disse que recebeu informação de que os criminosos fizeram uma ameaça mais grave. “A conversa que correu na cidade é que estava escrito em um bilhete que primeiro foi a queima dos ônibus e que, da próxima vez, poderão matar pessoas”, afirmou Clecy  Fernandes. A existência do bilhete com a ameaça não foi confirmada oficialmente.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que na última sexta-feira realizou audiência pública para juízes de direito substitutos para responderem por 102 comarcas, entre elas a de Francisco Sá. Acrescentou que na proxima segunda-feira assume a comarca o juiz Bordon de Castro.

Nesta segunda-feira, a reportagem tentou, mas não conseguiu contato com o delegado regional de Montes Claros, Renato Henriques.

 

(RG) 


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