(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Minas Gerais tem ambiente favorável para expansão da febre chikungunya

Secretaria de Saúde admite que falta de vacina e grande contingente da população que não teve contato com vírus facilitam transmissão e colocam o estado em alerta


postado em 27/04/2017 06:00 / atualizado em 27/04/2017 07:41

O mosquito Aedes aegypti, transmissor da febre chikungunya: dor forte nas articulações é um dos principais sintomas da doença. Especialista teme impacto social da multiplicação dos casos(foto: Wikimedia/Reprodução)
O mosquito Aedes aegypti, transmissor da febre chikungunya: dor forte nas articulações é um dos principais sintomas da doença. Especialista teme impacto social da multiplicação dos casos (foto: Wikimedia/Reprodução)
Depois do surto de febre amarela, que matou mais de 150 pessoas em Minas Gerais, as autoridades de saúde entram em alerta por conta da multiplicação de casos de febre chikungunya. Quase 10 mil notificações da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, foram registradas este ano, número 20 vezes maior do que o total dos 12 meses de 2016. A Secretaria de Estado de Saúde investiga ainda 11 mortes que podem ter sido causadas pela enfermidade.

Os números da chikungunya no estado avançam a cada balanço divulgado pela secretaria. Em uma semana, foram incluídas no boletim mais 2.119 notificações. O total de casos prováveis saltou de 7.867 para 9.986, espalhados por 152 municípios. Destes, 15 estão com alta incidência, a maioria na Região de Governador Valadares, no Rio Doce. São eles Mathias Lobato, Engenheiro Caldas, Governador Valadares, Medina, Tumiritinga, Jampruca e Aimorés. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 27 março, mostram que Minas já estava naquele momento entre os estados com mais casos prováveis da doença. Na época, ficava atrás apenas do Ceará.

A doença tem sintomas parecidos com os da dengue, como febre, dor de cabeça, manchas no corpo, indisposição, entre outros. Mas a característica principal é dor forte nas articulações por tempo prolongado, o que preocupa autoridades e especialistas. “O impacto social disso é grande por causa da possibilidade de evolução para dores crônicas. Isso fará com que as pessoas fiquem fora de trabalho por muito tempo. Por isso, o Estado também terá que arcar com os tratamentos desses pacientes”, diz o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano.

Para o especialista, para combater a doença é necessário investimento do governo e participação da sociedade na eliminação de focos do mosquito. “Precisa da participação de todos. O serviço público tem que aportar recursos humanos e financeiros para montar uma estrutura de apoio, como treinamento da população no combate aos criadores de mosquito, uso de inseticidas, fumacê, além de atendimento médico para quem tiver a doença. E a população tem que fazer sua parte, porque os criadouros estão em todos os locais”, comentou.

Condições favoráveis A Secretaria de Saúde informou que um dos motivos para o alerta contra a chikungunya em Minas Gerais é o ambiente favorável para a ocorrência de mais casos da doença. “Minas Gerais apresenta todas as condições ambientais favoráveis à proliferação do vetor responsável pela transmissão de chikungunya. Um grande contingente populacional que nunca teve contato com o vírus, uma importante circulação do vírus na Região Nordeste do estado e inexistência de uma vacinação ou medicamento especifico para contenção da doença. Dessa forma, é necessário o alerta para que toda a população possa efetivamente contribuir com a ações de controle do mosquito transmissor”, afirmou a pasta, por meio de nota.

Segundo a secretaria, os órgãos públicos estaduais atuam de maneira “incisiva no enfrentamento aos focos do Aedes aegypti por meio de ações diversas de mobilização, controle e enfrentamento ao mosquito transmissor”.“Nos casos em que são descobertos focos, seja por meio de inspeções, informações repassadas pela população ou de denúncias, o estado adota as medidas necessárias para combatê-los, acompanha, apoia, repassa recursos, fornece treinamentos, capacitações e cobra dos municípios as ações de campo”, completou.

Enquanto isso...
...Dengue faz menos vítimas, mas preocupa


Mesmo registrando menos casos prováveis do que no ano passado, a dengue segue fazendo vítimas em Minas Gerais. A Secretaria de Estado de Saúde já confirmou um óbito, em Ibirité, na Grande BH, e investiga outras 18 mortes que podem ter sido causadas pela doença em 2017. O número de casos prováveis da enfermidade chega a 21.280 – no ano passado foram 528,2 mil notificações, pior epidemia da história do estado. Em relação ao zika vírus, foram registrados neste ano 592 casos prováveis no estado. Nos 12 meses do ano passado, foram 14.086 notificações da doença.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)