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Estado de Minas

Morador de rua foi morto a chutes porque atrapalhava venda de drogas no Centro

Segundo a Polícia Civil, traficante matou homem de 57 anos porque ele prejudicava a venda de drogas quando estava embriagado


postado em 12/02/2016 11:41 / atualizado em 12/02/2016 12:50

Suspeito apresentado hoje nega o crime e diz que conhecia a vítima (detalhe) desde criança(foto: Andréa Silva/EM/DA Press - Polícia Civil/Divulgação)
Suspeito apresentado hoje nega o crime e diz que conhecia a vítima (detalhe) desde criança (foto: Andréa Silva/EM/DA Press - Polícia Civil/Divulgação)

A venda de drogas no Centro de Belo Horizonte foi o motivo para o assassinato brutal do morador de rua José Januário da Silva, o Índio, de 57 anos, vítima de chutes na cabeça enquanto dormia na madrugada de 15 de janeiro. O suspeito do crime, Cristiano Barbosa dos Reis, o Magrão, de 35 anos, foi apresentado pela Polícia Civil nesta sexta-feira. Segundo a corporação. Cristiano matou José porque ele atrapalhava o tráfico.

De acordo com a delegada Ingrid Estevam, as investigações mostraram que Magrão é um traficante temido na região. Ele costuma se hospedar em pensões e pequenos hotéis do Centro, distribui drogas para serem vendidas por moradores de rua, e depois passa nos pontos recolhendo o dinheiro.

José Januário era alcoólatra e usava drogas. Quando bebia, ele ficava inconveniente e atrapalhava a venda dos entorpecentes. Magrão já havia reclamado e ameaçado Índio, mas a situação continuava. Dessa forma, segundo os policiais, ele resolveu matá-lo.

Após o crime, a equipe de investigação circulou pela região central e conversou com diversos frequentadores do local, que apontavam um traficante conhecido como Magrão como autor do crime. Até que uma testemunha disse que ele já havia sido abordado pela Guarda Municipal dentro do parque, na Avenida Afonso Pena. Na ocasião, estava sentado entre um grupo de moradores de rua, muito bem-vestido, o que chamou a atenção dos agentes. Mesmo não tendo encontrado nada de ilícito com ele, a ocorrência gerou um registro. Foi o que ajudou a polícia a confirmar a identidade dele.

Além disso, os policiais analisaram, por três dias, 50 horas de vídeos de câmeras de segurança do Centro. Por meio das imagens, eles conseguiram ver Magrão circulando entre os moradores de rua antes da morte de José Januário, inclusive levantando pedaços de papelão usados como cobertor pelas pessoas, para tentar encontrá-lo.


LESÃO NO PÉ Ainda segundo a Polícia Civil, outras pessoas ouvidas disseram que Cristiano Barbosa estava com o pé machucado, e a lesão poderia ter surgido depois da agressão ao morador de rua. Em 30 de janeiro, os policiais ainda faziam buscas na região quando localizaram Cristiano em uma esquina da Rua 21 de abril, perto do local do crime, conversando com moradores de rua. Ao notar a aproximação da polícia ele tentou fugir, mas acabou detido.

Segundo a polícia, ele se apresentou com um nome falso, disse ser morador da Pedreira Prado Lopes e primo de um traficante conhecido em Minas. Os policiais notaram que ele tinha um ferimento no pé e o levaram até o Hospital Odilon Behrens, onde os médicos confirmaram que a lesão no calcanhar era compatível com o tipo de golpe dado contra a vítima.

Durante a apresentação à imprensa, Cristiano Barbosa nega o crime e disse que conhecia Índio desde criança, quando já frequentava a região central, classificou a morte como uma “covardia”. O suspeito também afirma que o agressor que aparece nas imagens realmente se parece com ele, mas que como elas não são nítidas, a autoria não pode ser atribuída a ele. O suspeito já teve a prisão temporária decretada e foi encaminhado a um presídio.

O homem já tem passagens pela polícia por furto, receptação, roubo e falsidade ideológica. Ele costumava se hospedar no Centro usando nomes falsos e, antes do crime, estava há um mês em um hotel na região, de onde fugiu após o crime, jogando fora as roupas usadas na ocasião.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, é difícil encontrar uma testemunha para ser qualificada no caso, pois todos têm medo de Cristiano, que ainda é suspeito da morte de Paulo Henrique da Silva e Silva, assassinado em 31 de dezembro no Bairro Carlos Prates, e da tentativa de homicídio contra A.D.A, em 9 de janeiro, no mesmo bairro.


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