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Estado de Minas

Arantina para em busca de notícias dos cinco moradores desaparecidos em naufrágio no Rio

Entre as vítimas está o vice-prefeito do município, José Geraldo da Silva. Eles faziam parte de um grupo de 45 pessoas que participava de um torneio de pesca esportiva


postado em 01/12/2015 06:00 / atualizado em 01/12/2015 08:04

A embarcação pouco antes do acidente: Marinha e Bombeiros mantêm equipes de rastreamento na região(foto: Arquivo pessoal)
A embarcação pouco antes do acidente: Marinha e Bombeiros mantêm equipes de rastreamento na região (foto: Arquivo pessoal)

A pacata Arantina, no Sul de Minas, simplesmente parou à espera de notícias dos cinco moradores desaparecidos em um naufrágio na noite de sábado, em Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro. A cidade tem apenas 2.980 habitantes e todo mundo se conhece. Ontem, muita gente não foi trabalhar e a prefeitura manteve as portas fechadas. Aulas foram suspensas e alunos, liberados mais cedo. Entre as vítimas está o vice-prefeito do município, José Geraldo da Silva, de 47 anos. Eles faziam parte de um grupo de 45 pessoas que participava de um torneio de pesca esportiva.


“Não há clima para nada na cidade. São todos casados, com filhos. As pessoas daqui são muito católicas e todo mundo está rezando”, disse o prefeito Francisco Carlos Ferreira Alves (DEM). A dona de casa Geni Marieta conta que conhece todas as vítimas e que os parentes ainda têm esperança de encontrá-las vivas. “Uma tristeza enorme tomou conta da cidade. O vice-prefeito é casado com uma prima minha e todos estão sofrendo muito”, lamentou Geni.

O prefeito conta que mandou dois funcionários da prefeitura a Angra dos Reis para acompanhar as buscas, que são feitas pela Marinha do Brasil e Corpo de Bombeiros, e manter a cidade informada. “A nossa esperança agora é com os mergulhadores. Não há nenhum sinal dos desaparecidos. Acharam apenas algumas coisas do barco que ficaram boiando”, lamentou o prefeito. “Uma tragédia muito grande. Em Arantina, todo mundo se conhece, é parente ou amigo”, disse.

Segundo Francisco Carlos, a embarcação que afundou só tinha moradores de Arantina que vão pelo menos três vezes por ano pescar em Angra dos Reis. “Eles tinham ido pela terceira vez este ano. Havia um outro barco, mas com moradores da cidade vizinha Bom Jardim de Minas. Esse barco conseguiu resgatar algumas vítimas com vida”, conta o prefeito.

Clima na cidade de Arantina, onde todos se conhecem, é de comoção(foto: Reprodução da internet)
Clima na cidade de Arantina, onde todos se conhecem, é de comoção (foto: Reprodução da internet)

São utilizados cinco barcos nas buscas, sendo três da Marinha, dois do Corpo de Bombeiros e um da Defesa Civil Municipal. Quatro mergulhadores, dois dos bombeiros e dois da Defesa Civil, fazem os trabalhos submarinos. Ontem choveu muito o dia todo e o mar ficou agitado, o que dificultou para eles. No domingo, um helicóptero sobrevoou toda a região onde houve o acidente, mas sem sucesso. A aeronave já foi dispensada e a esperança agora se concentra nos mergulhadores. No domingo, as buscas foram encerradas assim que anoiteceu. Também chovia muito. As equipes retornaram ao mar às 7h de ontem e trabalharam até por volta das 20h, devendo retornar hoje.

Em Bom Jesus de Minas, o clima é de tristeza, mas também de alívio, pois todos os moradores da cidade que participavam do torneio estavam em outro barco. Um deles é o vereador Edson Pereira, de 43, que ajudou a salvar os oito sobreviventes. “Retornamos todos para a nossa cidade no domingo, pois disseram que a gente não ajudaria em nada ficando lá”, disse.

COLETES De acordo com o vereador, eram 45 pescadores das duas cidades do Sul de Minas, que viajaram em ônibus fretado para o litoral. Ele conta que o barco em que ele estava resgatou primeiro três pessoas. Um quarto sobrevivente se agarrou em uma pedra e usava o apito preso ao colete salva-vida para ajudar na sua localização. “O nosso barco era grande e não tinha como a gente se aproximar das pedras. Fomos a uma praia da Ilha Grande e pegamos uma lancha pequena de pescador. Demoramos cerca de 20 minutos para voltar e salvamos o colega. Outras duas lanchas ajudaram no resgate de mais quatro pessoas”, conta.

Edson diz que nem todo mundo usava colete salva-vida quando a embarcação afundou. “Dos que desapareceram, pelo menos três usavam coletes”, afirmou. Segundo ele, são várias equipes de pescadores que participam do torneio todo final de ano em Angra dos Reis. “Alguns chegam a ir três vezes por ano pescar, mas todo mundo se encontra no fim do ano para a competição”, comentou.

O comando do 1º Distrito Naval da Marinha do Brasil divulgou nota à imprensa informando que as buscas vão continuar pelo cinco desaparecidos da escuna Minas Gerais, que naufragou com 13 tripulantes a bordo, nas proximidades da Ilha dos Meros, na Baía da Ilha Grande (RJ). A Marinha ainda informou que vai instaurar Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN). O prazo para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido é de 90 dias.

Desaparecidos

  •  José Geraldo da Silva, 47 anos, vice-prefeito
  •  Wellington Sandro da Costa, 44 anos, dono de oficina mecânica
  •  Fernando Carlos, 44 anos, proprietário de bar
  •  José Francisco de Assis Silva,  48 anos, funcionário de empresa que presta serviços à MRS Logística
  •  Atail Almeida, 53 anos


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