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Estado de Minas

Morre o escritor e jornalista mineiro, Marco Antônio Tavares Coelho

Último remanescente da cúpula do PCB em 1964, Marco Antônio era defensor de causas nacionais e autor de vários livros, entre eles, Rio Doce: a Espantosa Evolução de um Vale. Preso e torturado pela ditadura militar, ele também escreveu Herança de um sonho


postado em 22/11/2015 19:05 / atualizado em 22/11/2015 20:03

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)

Morreu em São Paulo, aos 89 anos, o advogado e jornalista mineiro Marco Antônio Tavares Coelho. Nascido em Belo Horizonte, em 1926, ele era o último remanescente da cúpula do PCB em 1964, atuando junto com Luiz Carlos Prestes, então secretário-geral do partido. Quando houve o golpe militar no país, destituindo João Goulart, Marco Antônio era deputado federal pelo estado da Guanabara e teve seu mandato cassado. Ele foi preso e torturado pelo governo militar, época que conta em sua memória Herança de um sonho. Memórias de um comunista (memórias, Record, 2000).

Escritor e especialista em rios, Marco Antônio perseguiu todos os seus sonhos. Seu último livro, Rio Doce: a Espantosa Evolução de um Vale, publicado pela editora Autêntica em 2011, é um primoroso estudo e uma declaração de amor ao rio mineiro, que agora tomado pela lama, agoniza depois do rompimento da barragem do Fundão, da Mineradora Samarco. Marco Antônio morreu ontem, no mesmo dia em que a lama de detritos que atingiu o rio alcançou a foz, no mar do Espírito Santo.

Antes do Rio Doce, o jornalista também publicou Rio das Velhas – memória e desafios (Paz e Terra, 2002) e Os descaminhos do São Francisco (Paz e Terra, 2005), onde discute os conflitos da transposição do velho Chico.
Em Herança de um sonho. Memórias de um comunista ele onde conta sua militância, desde a juventude, até os anos de prisão (janeiro de 1975 até a véspera do Natal de 1978). Em um período de 30 anos, o autor narra uma década de clandestinidade, onde não via a mulher ou acompanhava o crescimento dos filhos, missões secretas e arriscadas dentro e fora do país, assim como a prisão e a tortura, a sobrevivência à ditadura militar, até sua saída do Partido Comunista Brasileiro.

Marco Antônio trabalhou em jornais de Minas, São Paulo e Goiás. foi também assessor do CNPq e editor-executivo da revista Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo informações de seus familiares, o escritor enfrentou uma insuficiência renal. Ele deixa a esposa Teresa, dois filhos e netos.


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