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Estado de Minas

Com dificuldade de acesso, resgate a feridos em Mariana avança na madrugada

Moradores que perderam as casas ainda não sabem onde passarão a noite


postado em 05/11/2015 21:31 / atualizado em 10/11/2015 11:27

O resgate de feridos e sobreviventes da tragédia em Bento Rodrigues segue pela noite desta quinta-feira. A devastação causada pela onda de lama e rejeitos de mineração dificulta o acesso ao subdistrito de Santa Rita Durão, distrito de Mariana. Muitas pessoas ficaram ilhadas e aos poucos vão sendo alcançadas pelos serviços de resgate.

“A prefeitura de Mariana está prestando todo atendimento possível e necessário à população de Bento Rodrigues”, disse Duarte Júnior (PPS), prefeito de Mariana. "Estou muito desnorteado, foi uma catástrofe. Todos estão desnorteados. Estamos pedindo a Deus para que as pessoas tenham conseguido sair dos locais mais atingidos a tempo" completou o prefeito, que assumiu há quatro meses, após seu antecessor, Celso Cota (PSDB), ser afastado por improbidade administrativa.

Enquanto as pessoas com ferimentos mais graves estão sendo levadas ao Hospital Monsenhor Horta, as policlínicas de Mariana e do distrito de Santa Rita Durão estão recebendo feridos com menor gravidade por toda a noite. "Aqui o atendimento é relativamente mais tranquilo porque é mais para pessoas que estão nervosas e que tiveram escoriações leves. Os mais graves estão indo para Mariana", disse a voluntária da policlínica de Santa Rita Elenice Antunes. Ela falou com a reportagem enquanto aguardava nova chegada de feridos e desabrigados.

Por enquanto, ainda não existe um número oficial de feridos. Segundo Jerônimo Castro Filho, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Extração Mineral de Mariana (Metabase), trabalhadores da mineradora e moradores da região estimam pelo menos 16 mortos e 40 desaparecidos. “E pode ser maior ainda”, afirma Jerônimo. De acordo com ele, operários que conseguiram escapar contaram que por volta das 15h30 a barragem de rejeitos da empresa começou a vazar uma lama tóxica e os funcionários de uma empresa terceirizada começaram evacuar a região e seu entorno quando ela se rompeu.

Segundo ele, não existe plano de evacuação das regiões habitadas ao redor das barragens e muita gente pode ter morrido por não conseguir sair a tempo. “O que aconteceu foi uma irresponsabilidade”. Uma das preocupações do sindicato é com uma escola municipal que fica no “caminho da lama”. “Não temos até agora informação sobre as crianças dessa escola. Todas as informações estão sendo sonegadas e ninguém tem agora oficialmente a dimensão desse acidente, mas sabemos que o distrito de Bento Rodrigues não existe mais”, concluiu.

ABRIGO Sobreviventes e parentes de moradores da região estão aglomerados nas portas da policlínica de Santa Rita Durão, em busca de notícias. Outra preocupação é onde passar a noite. Alguns desabrigados e feridos estão sendo conduzidos até a Arena Mariana, onde receberão atendimento médico e terão um lugar para ficar. Mas nem todos os desabrigados querem sair de Santa Rita antes de obterem uma garantia de para onde exatamente irão e como ficarão.
Uma comissão de moradores e familiares dos desaparecidos está sendo formada para servirem como intermediários no diálogo com a Prefeitura de Mariana. Segundo o prefeito Duarte Júnior, todas as reivindicações serão ouvidas. Ele acredita que conseguirá alocar pousadas, hotéis e outros locais para acomodar as pessoas. "Ninguém pode sofrer uma tragédia dessas e não saber onde vai ficar. É preciso ter o mínimo de atendimento, de recurso para essas pessoas ficarem tranquilas", disse.


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