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Estado de Minas

Adolescentes que mataram delegado em BH têm histórico de crimes

De acordo com a Polícia Civil, eles já foram apreendidos anteriormente por uso e tráfico de drogas. Corpo do policial foi enterrado neste domingo no Cemitério Bosque da ESperança


postado em 20/09/2015 12:00 / atualizado em 22/09/2015 12:07

Ver galeria . 8 Fotos Edésio Ferreira/EM/D.A.Press
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press )

Os dois adolescentes que mataram o delegado Vanius Henrique de Campos, nesse sábado em uma loja de conveniência no Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, já têm históricos de crimes. Segundo a Polícia Civil, os menores já foram detidos outras vezes na capital mineira. O corpo do policial foi enterrado no fim da manhã deste domingo no Cemitério Bosque da Esperança. Colegas fizeram uma salva de tiros e ligaram sirenes das viaturas em homenagem.

A Polícia Civil continua as buscas pelos dois adolescentes. Um alerta foi emitido para cidades mineiras e até de outros estados para evitar a fuga da dupla. O chefe da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Osvaldo Wiermann Júnior, os garotos já foram detidos anteriormente. “Eles já têm histórico de apreensão pela polícia por uso de drogas e tráfico”, explica.

De acordo com o delegado Wanderson Gomes da Silva, chefe da Polícia Civil, a operação não parou desde momentos depois do crime. “As investigações seguem e as diligências estão ininterruptas. Continuamos as buscas em várias frentes para tentar encontrar os dois adolescentes”, afirmou. “Estamos aguardando posicionamentos da Justiça em relação aos criminosos”, completou.

Desde o início da manhã deste domingo, o cemitério Bosque da Esperança teve uma grande movimentação. Centenas de policiais civis, guardas municipais, agentes da Polícia Federal, além de familiares e amigos, lotaram o velório, que começou às 7h. O caixão começou a descer 10h35 sobre os aplausos dos presentes. Cinco minutos mais tarde, colegas de corporação fizeram uma salva de tiros e ligaram as sirenes das viaturas.

A imprensa foi impedida de entrar no local. Colegas de profissão lamentaram o assassinato. “Todo mundo está lamentando essa morte que foi estúpida e covarde. Perdemos um colega que era muito querido e engajado”, afirmou o delegado Rodrigo Bossi. Para ele, o crime reflete um problema da sociedade brasileira. “A morte desse delegado vai além do crime e passa por problemas sociais. Essa é a desvalorização da vida e desrespeito à autoridade”, criticou o delegado antes de entrar no Cemitério Bosque da Esperança para fazer as últimas homenagens ao colega.



Investigações

A Polícia Civil descartou a linha de latrocínio – roubo seguido de morte – mesmo com a arma do policial desaparecida. Segundo o delegado Osvaldo Júnior, a dupla não tinha a finalidade de cometer o roubo. Os autores do crime já foram identificados, têm respectivamente 16 e 17 anos e moram no Morro do Querosene. O início da confusão entre o delegado, lotado na Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal (Deajec), e os dois menores, e parte das trocas de agressões entre eles foram filmadas pelas câmeras de videomonitoramento do comércio. Os equipamentos não registraram o momento dos tiros.

Testemunhas contaram à Polícia Militar que, depois de atirar na vítima, a dupla fugiu correndo, no sentido da Barragem Santa Lúcia. Vanius de Campos, baleado na cabeça, peito e perna, chegou a ser socorrido por militares do 22º BPM, mas morreu ao dar entrada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS).



As imagens das câmeras de segurança mostram que a confusão se iniciou às 3h50, logo após a chegada dos dois adolescentes à loja. Campos, que já estava no local, desconfiou dos dois jovens, se posicionou em frente ao caixa e ficou observando a dupla. Um dos rapazes, de cabelo descolorido e camisa verde, se aproximou do balcão com algumas latas de cerveja na mão e pegou dinheiro para pagar a bebida. O delegado, que estava o tempo todo com a mão no bolso de trás da calça, segurando a arma, disse alguma coisa para o menor. Na sequência, o outro rapaz, vestido com uma camisa vermelha, se juntou ao amigo, aparentemente irritado com o policial. Ele colocou mais latas de cerveja no balcão, retirou algumas notas do bolso, discutiu com o delegado e saiu. O policial foi atrás e o segundo menor também deixou a loja.

No minuto seguinte, captado pela câmera externa, já no pátio do posto, o delegado foi para cima do rapaz de camisa vermelha, agarrando-o pelos braços. O jovem de camisa verde deu um chute em Campos. Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, contou que nesse momento o policial e o adolescente de camisa vermelha caíram e a arma que estava no bolso de trás da calça do policial também caiu. “O jovem se levantou rápido, chutou o delegado duas vezes, pegou a arma dele e deu três tiros. Um dos funcionários da loja ainda tentou separar a briga e por pouco também não foi baleado. A dupla correu subindo a Prudente de Morais”, contou a testemunha.

De acordo com essa pessoa, o delegado estava bebendo na loja de conveniência. Ele havia chegado por volta de 1h, acompanhado de um amigo, que foi embora poucos antes da briga. A testemunha disse que o policial suspeitou que os rapazes iriam assaltar o local e resolveu vigiá-los. “Os dois chegaram, conversaram com um amigo, brincaram para ele pagar uma garrafa de uísque e chegaram a pegar a garrafa, mas acabaram desistindo de levar o produto. O delegado chegou perto deles, perguntou o que estava acontecendo e isso acabou irritando um dos rapazes. O outro chegou a pedir ao amigo para não discutir”, disse.


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