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Estado de Minas

Funcionários prometem dar abraço simbólico no Hospital João Paulo II

Trabalhadores do antigo CGP querem protestar contra a falta de quatro meses de pagamento dos autônomos, a precariedade das instalações e até mesmo a infestação da unidade por escorpiões


postado em 07/07/2015 06:00 / atualizado em 07/07/2015 07:49

Com a pequena Ana Laura, que é cardiopata, Daniela Coelho (esq) também tentou ser atendida no CGP. Juliana Félix (dir), com a filha Rebeca, estava desesperada com a falta de atendimento:
Com a pequena Ana Laura, que é cardiopata, Daniela Coelho (esq) também tentou ser atendida no CGP. Juliana Félix (dir), com a filha Rebeca, estava desesperada com a falta de atendimento: "Minha filha teve convulsão. Vou fazer o quê?" (foto: Sandra Kiefer/EM/DA Press)

“Minha filha teve uma convulsão hoje de manhã. Estava com ela dentro da Upa Oeste, mas não tinha médico para atender. Corri com ela para o CGP, que também estava sem médicos. Agora vou fazer o quê? Esperar ela morrer?”, implorava a autônoma Juliana Félix, de 24 anos, carregando no colo Rebeca, de 5, com febre alta. Ela recusou a oferta de se alimentar com água e biscoitos, feita pelos dirigentes da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg). “Obrigada, mas não consigo comer com a minha menina deste jeito”, completou.


Juliana estava acompanhada da dona de casa Daniela Coelho, mãe de Ana Laura, de 4 meses. Ela também havia tentado levar a neném, que é cardiopata e está com bronquite, ao posto de saúde local e à Upa de Ribeirão das Neves, sem sucesso. Tentou obter socorro no CGP. “Estou preocupada porque ela não está conseguindo dormir e nem se alimentar direito”, lamentou. Sob pressão do sindicato, as duas conseguiram finalmente ser atendidas no CGP, que funciona como o último recurso das mães que carecem de atendimento de urgência para crianças na rede pública de saúde de Belo Horizonte. A partir do dia 1º de agosto, porém, está sob ameaça de ser suspenso o pronto-socorro pediátrico do Hospital Infantil João Paulo II (ex-Centro Geral de Pediatria – CGP), localizado na Alameda Ezequiel Dias, na Região Hospitalar.


Em entrevista coletiva na sede da Asthemg, Rosiléa Alves, diretora clínica do Hospital João Paulo II, informou que a emergência da unidade de saúde já vem funcionando de forma precária por falta de médicos, que se aposentaram ou pediram exoneração, sem previsão de ser substituídos. Atualmente, restauram apenas seis profissionais no plantão, em regime de 24 horas de trabalho, sendo que pelo menos um dia da semana fica a descoberto. “Não estamos nem pedindo aumento de salário, mas sim a abertura de edital para a contratação de 45 médicos em regime de urgência. Caso contrário, não há como garantir o funcionamento do CGP”, afirma.

ABRAÇO PARA PROTESTAR A partir das 9h de amanhã, os funcionários da área de saúde planejam dar um abraço no hospital, como forma de protesto contra a falta de quatro meses de pagamento dos autônomos, a precariedade das instalações e até mesmo a infestação da unidade por escorpiões, colocando em risco crianças e suas mães, conforme denúncia publicada em 22 de junho pela reportagem do Estado de Minas. “Não dá para mandar voltar para casa uma mãe com a criança ardendo de febre ou precisando de nebulização. O CGP é o único hospital público de referência infantil”, alerta o diretor da Asthemg, Augusto Martins. Segundo ele, uma alternativa até ser efetivada a contratação de novos médicos seria sobrecarregar o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.


Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) esclarece que o Hospital Infantil João Paulo II é o único em Minas no atendimento infantil a pacientes graves e com doenças complexas e raras. “Ao mesmo tempo em que mantém a taxa de ocupação atual, o Hospital Infantil João Paulo II registra acúmulo de aposentadorias nos últimos sete anos, exonerações, demissões, inexistência de concurso público, esgotamento dos concursados chamados no último concurso público, de 2013 e efetivados em 2014, e está impossibilitado legalmente de realizar contratação de médicos autônomos”.

Orientações para cirurgias eletivas

Diante da publicação pelo Ministério da Saúde da portaria que autorizou o repasse extra de R$ 143 milhões a 10 estados para cirurgias eletivas, a Secretaria de Estado da Saúde informa que vai se reunir amanhã com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems) para definir as orientações a ser dadas aos municípios. Em Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Saúde confirma, por meio da assessoria, que desde o início do mês, não são mais agendadas cirurgias eletivas para pacientes de municípios do interior e que somente as cirurgias que  já estavam agendadas permanecem no cronograma.


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