Landercy Hemerson
Os crimes violentos tiveram redução em Belo Horizonte e em Minas Gerais em junho, durante a realização da Copa do Mundo de Futebol. No estado caíram 14,6%, com 7.762 ocorrências no período, contra 9.091 em maio. Na capital, a redução foi de 16,9%, entre junho (2.741 casos) e o mês anterior (3.300). No comparativo do primeiro semestre deste ano, com 51.954 ocorrências, e 2013, com 42.137, há um aumento de 23,2% em Minas. Em BH, o crescimento foi de 24,8%, com 18.151 registros de janeiro a junho de 2014, contra 14.541 do ano anterior. Outra boa notícia é a captura de mais de 40% dos criminosos reincidentes, 2.687 de uma lista de 6.741.
O secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, admitiu que a realização do Mundial de futebol na capital, com aumento do policiamento, contribuiu para a contenção e queda dos números de crimes violentos, que englobam homicídio, roubo, sequestro e estupro. “De uma maneira geral, a estatística de junho revela que, de forma linear, as grandes cidades do estado apresentaram redução nos índices. E já se passaram 10 dias depois da Copa e o processo de queda continua.”
Já o crescimento do número de ocorrências no comparativo dos primeiros semestres de 2013/2014 é explicado pelo aumento dos casos de roubo. No ano passado, houve 35.845 registros no estado, contra 45.710 de agora, crescimento de 27,52%. Em BH, saltou de 13.412 ocorrências para 17.125, aumento de 27,68%.
“Desde o ano passado temos atuado na contenção e repressão aos crimes contra o patrimônio, que têm apresentado crescimento em todos os estados, alguns em torno de 40%. Em razão disso, há uma série de medidas que temos adotado, entre elas o Pacto contra a impunidade”, disse Ferraz. De acordo com secretário, mais de 90% dos envolvidos em roubos são criminosos reincidentes e o pacto, lançado em abril por meio de articulação das polícias Militar e Civil com o Ministério Público e Judiciário, tem reduzido a impunidade.
O foco do Pacto contra a impunidade são os acusados da prática ou coautoria de um mínimo de seis furtos e/ou dois roubos e/ou um homicídio associado a outro tipo de crime. O objetivo é que a Seds, Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário trabalhem de forma integrada na priorização e aceleração de inquéritos, denúncias e processos.
Até a quinta-feira passada, mais de 40% dos criminosos da lista de alvos prioritários apresentada pela Seds, por ocasião do lançamento do pacto, estavam atrás das grades. A relação tem 6.741 nomes de pessoas com mais de 18 anos, recorrentes em práticas criminais e 2.687 foram recolhidas. Além disso, 40 estão sendo monitoradas por tornozeleiras eletrônicas.
Se o roubo puxou os índices de criminalidade no comparativo dos semestres, no caso de homicídio a Seds tem comemorado reduções na capital. De 410 ocorrências em 2013, caiu para 369 nos primeiros seis meses deste ano, redução de 10%. Na Região Metropolitana de BH, que reúne municípios com alto índice de violência no estado, a queda do número de homicídios no mesmo período foi de 5,71%: de 999 em 2013 para as 942 ocorrências deste ano.