(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Comunidade teme que estrutura precária de escola cause tragédia

Vizinhos, ex-alunos e a diretora clamam pela restauração do imóvel tombado como patrimônio


postado em 16/01/2014 10:10

Moradores de casas vizinhas à Escola Nossa Senhora do Sagrado Coração temem que um possível desabamento deixe estudantes e funcionários feridos. “O lado de fora está com o reboco caindo e a sustentação das janelas está ameaçada”, conta o comerciante Everaldo Francisco da Cruz, 57 anos, que mora em frente à escola na Rua Rabelo Hora. Ele é um dos envolvidos na mobilização da comunidade para exigir a salvação do prédio. O comerciante fala sobre a tristeza de ver um patrimônio da cidade sofrer o desgaste do tempo sem receber investimentos e reformas. “Temos um grupo na internet com 310 pessoas e estamos juntos nesta causa. Se for preciso, vamos para a mobilização nas ruas”, afirmou. A expectativa dele era de alguma intervenção urgente antes do retorno do ano letivo em 3 de fevereiro. No entanto, as reformas ainda vão demorar.

A preocupação do morador é também com a segurança de pedestres e motoristas na rua. Everaldo Francisco enviou três ofícios à prefeitura pedindo a interdição do trecho da via, para evitar que pedestres sejam atingidos por pedaços de madeira do casarão, em caso de queda de parte da estrutura. A diretora da escola também fez a solicitação, porém sem sucesso. O comerciante acionou o MPMG, relatando a situação precária do imóvel. A promotoria marcou reunião entre as partes envolvidas e firmou um Termo de Ajustamento de Conduta preliminar (TAC), com prazo para o município se pronunciar sobre início das obras até dia 10 de março deste ano.

Estrutura precária da escola, ameaça pedestres e motoristas(foto: Everaldo Francisco da Cruz)
Estrutura precária da escola, ameaça pedestres e motoristas (foto: Everaldo Francisco da Cruz)
A prefeitura de Santa Bárbara informou que a responsabilidade pela conservação do bem tombado é do proprietário, mas as irmãs solicitaram auxílio para a reforma, transferindo para o poder público o custo que não dispõem. Conforme a diretora da escola, a instituição é filantrópica e sem fins lucrativos, certificada pelo Conselho Nacional de Assistência Social. Cerca de 43% dos alunos estudam com bolsa e os recursos financeiros acabam revertidos em pagamento de funcionários e contas.

A prefeitura disse que autorizou o projeto de restauração já aprovado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), mas aguarda o retorno de férias da diretora Geovânia – prevista para dia 20 de janeiro – para definir o custeio das obras orçadas em R$ 842 mil. A prefeitura também espera o posicionamento do MPMG, com oficialização do documento do TAC, para garantir a legalidade do gasto público.

Enquanto isso, o risco permanece até mesmo para as quatro religiosas que moram em uma casa anexa ao sobrado da escola. Elas sofrem com constantes infiltrações e avarias na residência, resultado do deslocamento do terreno do colégio. Para a irmã Geovânia, mais importante que a recuperação do imóvel é valorização da educação. “Queremos o reconhecimento do trabalho educacional na cidade. É uma escola com 50 anos de atividade que tem favorecido o desenvolvimento de alunos junto ao município de Santa Bárbara e região”, desabafa a diretora, que comanda a instituição há 15 anos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)