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Estado de Minas

Depois de assalto, UFMG anuncia que vai controlar entrada de carros durante o dia

Universidade cogita inclusive a retirada de caixas eletrônicos que atraem ladrões


postado em 21/05/2013 06:00 / atualizado em 21/05/2013 06:36

 Em 2011, campus foi alvo de 34 ocorrências de arrombamento, assalto e roubo(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Em 2011, campus foi alvo de 34 ocorrências de arrombamento, assalto e roubo (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

O acesso à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ficará mais rigoroso até o fim do ano. Pela primeira vez haverá controle, 24 horas por dia, das 22 mil entradas e saídas diárias de veículos do câmpus Pampulha. A previsão é de que em novembro esteja funcionando sistema por meio do qual o motorista será obrigado a se identificar na portaria para ter a entrada liberada. A medida faz parte do Plano Diretor de Segurança Universitária, em implantação há três anos, e coincide com o momento em que são estudadas providências para coibir episódios como o do fim de semana, quando bandidos entraram na Escola de Engenharia para arrombar um caixa eletrônico e fizeram reféns. Uma das atitudes possíveis é decretar o fim dos caixas eletrônicos instalados pelo câmpus.


O pró-reitor de Graduação, Márcio Baptista, explica que, atualmente, a entrada de veículos só é controlada a partir das 21h e nos fins de semana. Agora, ela será condicionada a um sistema de checagem de frequência que está em processo de licitação. Por meio dele, o motorista que não for funcionário ou estudante da universidade deverá se anunciar pelo rádio instalado em um totem ao segurança que ficará dentro das guaritas. Somente depois de identificados o visitante e seu destino a cancela será levantada, autorizando a passagem.

Já alunos e funcionários terão no carro um sensor de identificação por radiofrequência, o chamado RFID (radiofrequency identification, na sigla em inglês), que permitirá a abertura das cancelas. O emissor será instalado nos 12 mil veículos credenciados na universidade, que bancará os custos. Hoje, a identificação é feita por crachá, no caso de entrada à noite. “Não pode haver um fechamento completo e absoluto e nem queremos isso, porque a universidade é pública e tem o dever de atender a comunidade como um todo, independentemente de quem estuda aqui. Mas teremos de implantar esse controle diurno também”, afirma o pró-reitor.

A UFMG concluiu ainda a licitação para a compra de câmeras de vigilância. Atualmente, o câmpus Pampulha conta com 535 aparelhos, sendo dois do modelo speed dome, que funciona nos moldes das câmeras do Projeto Olho Vivo, da Polícia Militar, com giro em 360 graus e capacidade de zoom. Até o fim do ano devem ser instaladas entre 200 e 250 equipamentos convencionais, além de 18 do modelo com mais recursos. Na central de monitoramento, a expectativa é de que as atuais 600 imagens por segundo que chegam para armazenamento mais do que dobrem, alcançando a casa de 1.250.

BANCOS Além de dar sequência ao plano de segurança implantado a partir de 2010, Márcio Baptista afirma que poderão ser adotadas medidas drásticas para coibir os registros de violência. Em 2011, o câmpus foi alvo de 34 ocorrências de arrombamento, assalto e roubo. Em 2012, esse número caiu pela metade, de acordo com levantamento divulgado pela UFMG. Mas as agências bancárias e caixas eletrônicos distribuídos pelo ambiente universitário são um dos principais atrativos para criminosos.

No episódio mais recente, na manhã de domingo, um terminal do Banco do Brasil foi justamente o chamariz que levou quatro assaltantes a render nove estudantes que participariam de um workshop sobre inovações tecnológicas na Escola de Engenharia, além de um professor, dois porteiros e dois vigilantes. Levados em momentos diferentes para uma sala de aula, os reféns ficaram retidos por períodos que variaram entre 30 minutos e duas horas. Eles conseguiram escapar depois que um dos porteiros notou que os bandidos haviam ido embora e saiu pela janela para abrir a sala. Só então a polícia foi chamada. Os criminosos usaram um maçarico para arrombar o caixa eletrônico e fugiram com o dinheiro.

Representantes da universidade e dos bancos devem se reunir nos próximos dias para discutir o que pode ser feito. Em outra mesa, se sentarão o reitor, pró-reitores e diretores das unidades de ensino para tomar uma decisão que pode ser a mais radical: acabar com o serviço ou deixar em funcionamento apenas os caixas que estão dentro das agências bancárias, na Praça de Serviços. “É uma equação complexa, porque à medida que se tira um caixa eletrônico, tira-se também um pouco da comodidade de quem está aqui. Mas, se esse serviço põe em risco a segurança das pessoas, deve ser repensado”, afirma Baptista.

Assim como em outubro do ano passado, quando um terminal bancário da Faculdade de Odontologia foi arrombado, os criminosos tiveram acesso ao câmpus durante um fim de semana de evento, quando a portaria da Avenida Antônio Carlos excepcionalmente fica aberta. A segurança da universidade acredita que os bandidos sabiam exatamente o que fariam, tendo roubado, inclusive, a aparelhagem em que fica gravada a movimentação captada pelo sistema de vigilância da Escola de Engenharia. Porém, há um sistema de apoio que mantém cópia dos registros, o que possibilitou que mais imagens fossem repassadas ontem à polícia. O delegado Thiago Lima, do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), assumiu ontem as investigações. Ele informou que ainda não há suspeitos e não confirma se os investigadores desconfiam tratar-se da mesma quadrilha envolvida em outros ataques à UFMG.


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