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Estado de Minas

Casa de competições e shows, ginásio do Minas virou marco belo-horizontino

Inauguração do espaço, na década de 1950, significou o início de uma nova era no esporte estadual.


postado em 11/05/2013 06:00 / atualizado em 11/05/2013 07:02

Construção, iniciada em 1937 e finalizada em 1952, atraiu muitos curiosos. prédio se transformou em símbolo arquitetônico da capital mineira(foto: Acervo Minas Tênis Clube/Divulgação)
Construção, iniciada em 1937 e finalizada em 1952, atraiu muitos curiosos. prédio se transformou em símbolo arquitetônico da capital mineira (foto: Acervo Minas Tênis Clube/Divulgação)

Em 1935, Belo Horizonte tinha apenas 38 anos e somente 115 mil habitantes. Era uma cidade quase sem prédios. O Bairro Santo Antônio, então o mais nobre da cidade, chamava a atenção pelos casarões de dois andares e lá estavam algumas das construções mais elevadas. Faltava à pacata cidade uma obra mais imponente – as principais, naquela época, eram a Feira de Amostras, na Lagoinha; o Museu do Telefone; o Colégio Arnaldo; o Colégio Santo Agostinho; o Palácio Arquiepiscopal; o Cine Metrópole e o Hotel Financial. Por isso, aquele ano se tornaria marcante, pois a partir da decisão do governo do estado – Benedito Valadares era o Governador –, em conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte – o prefeito era Otácilo Negrão de Lima –, decidiu-se pela criação de um clube, aproveitando um lago e uma área existente na Rua dos Emboabas, no Bairro Santo Antônio, hoje Rua Antônio Aleixo.


Nascia assim o Minas Tênis Clube, para atender as necessidades e aos sonhos esportivos da nova metrópole. Mas não foi a construção da piscina e das primeiras quadras que despertou a maior curiosidade do povo na capital, e sim o ponto mais ousado do novo clube, que se tornaria um marco na história da cidade: o Ginásio do Minas.

O único ginásio na cidade era o do Paysandu, bastante acanhado. BH não dispunha de um local para grande eventos, que servisse não só ao esporte, mas a todas as atividades da nova sociedade. Um concurso público foi o pontapé inicial. O projeto vencedor foi o do arquiteto Rafael Hardy. Em 27 de novembro de 1937 a obra grandiosa do ginásio teve início, a cargo dos engenheiros Romeo di Paoli e Alfredo Carneiro Santiago. O grande playground, uma piscina, o trampolim e o relógio já estavam prontos. Competições de natação, de tênis e de saltos ornamentais levavam grande número de pessoas para o Minas, que se tornava um símbolo da sociedade belo-horizontina. Times de vôlei, basquete, equipes de tênis e de natação já começavam a se sobressair nacionalmente.

Nos finais de semana, uma verdadeira romaria seguia para o Bairro Santo Antônio, para ver a novidade. Viga a viga, o prédio foi sendo erguido. Era uma nova concepção, que aliava o espaço esportivo com uma concha acústica, próprio também para eventos artísticos.

Sete anos depois iniciada a construção, BH ganhava seu maior espaço de eventos, com capacidade para 4 mil pessoas. A inauguração foi em 1952. Além de uma arena para jogos, um grande palco. Na abertura, os Jogos Universitários Brasileiros (Jubs’1952).

Títulos

(foto: Acervo Minas Tênis Clube/Divulgação)
(foto: Acervo Minas Tênis Clube/Divulgação)
A evolução dos esportes, a partir dali, se deu a olhos vistos, e o Minas conquistou uma série de títulos: no vôlei masculino e no feminino, em âmbito nacional e internacional; no basquete (regionalmente); no futsal (também nacional), sem contar os destaques na natação, no tênis e no judô, igualmente impulsionados pela nova estrutura.

Foi naquele espaço que o estado viu nascer um de seus maiores ídolos no vôlei feminino: Marta Miraglia. Para se ter ideia da adoração pela atleta, durante a solenidade de abertura do Campeonato Mundial Feminino, em 1960, quando a Seleção Brasileira iniciava o desfile sob o toque do hino nacional, os torcedores, em coro, começaram a gritar o nome de Marta, a melhor jogadora do Brasil na época. A gritaria foi tamanha que o hino foi interrompido, assim como o desfile.

Depois dela surgiram outros ídolos, como Hilma, Ana Flávia, Ana Paula, Luiza Machado, Paula, até mesmo uma estrangeira, Cristina Pirv. No masculino, lá atuaram Pelé. Helder, Luiz Eymard, Mário Marcos, Eloy, Elberto, Luiz Alexandre e Giba, além de técnicos de renome, como Adolfo Guilherme (também o filho dele, Pacome), Yara Ribas, o coreano Young Wan Sohn, entre outros.

Foi no antigo Ginásio do Minas que o público mineiro viu a segunda apresentação do Harlem Globetrotters, o time-espetáculo do basquete mundial; o Holliday on Ice, Circo do Carequinha, Boliche Inglesa Levy, assim como shows, como o do pianista e compositor norte-americano Burt Bacharach.

Em 2000, o ginásio foi demolido para dar lugar a um novo espaço, mais moderno e com o mesmo propósito. A única diferença é que a capacidade caiu para 3.600 lugares, mas continua a atender tanto o esporte quanto shows e espetáculos.

 

Com capacidade para 4 mil torcedores, arena possibilitou à cidade receber eventos esportivos de prestígio. Em 1960, sediou o Mundial de Vôlei Feminino, com a mineira Marta Miraglia liderando o Brasil(foto: Acervo Minas Tênis Clube/Divulgação)
Com capacidade para 4 mil torcedores, arena possibilitou à cidade receber eventos esportivos de prestígio. Em 1960, sediou o Mundial de Vôlei Feminino, com a mineira Marta Miraglia liderando o Brasil (foto: Acervo Minas Tênis Clube/Divulgação)

 

 


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