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Estado de Minas

Tecnologia para facilitar pegar um táxi ainda é promessa

Aplicativos para celular chegaram acenando com mais segurança para quem procura táxis em BH. Serviço inovador tem potencial, mas falhas precisam ser sanadas para garantir agilidade


postado em 22/04/2013 06:00 / atualizado em 22/04/2013 06:40

Clarisse Souza, Landercy Hemerson, Patricia Giudice e Paula Sarapu

 

Os aplicativos que possibilitam chamar um táxi via smartphone chegaram ao mercado prometendo encurtar a distância que separa o usuário do taxista. Para isso, acenam com alguns diferenciais: ao ter a corrida confirmada, o candidato a passageiro recebe pelo celular informações sobre o modelo e a placa do veículo, o nome do motorista e, no caso de um dos programas, até a foto do profissional. Um dos serviços permite ainda que se escolham opcionais do carro. Como as equipes do EM comprovaram em testes na noite de quinta e no início da tarde de sexta-feira, a agilidade ainda é o ponto fraco do sistema. Não falta quem aposte, porém que o serviço tem futuro se conseguir sanar as falhas atuais, inclusive a que permite a taxistas aceitar corridas e depois desistir delas, deixando o cliente a ver navios.

Para o motorista Lucas Nicodemos – que atendeu via aplicativo a chamada da repórter que aguardava para seguir da Rua Guanhães, esquina com Varginha, para a Avenida Alfredo Balena, na Área Hospitalar – os smartphones devem, a curto e médio prazo, substituir os pontos de táxi das ruas. Ele diz que acaba sendo mais seguro para o passageiro, uma vez que o programa confirma a saída do carro e os dados do condutor. “A gente precisa apresentar cópia da habilitação e do crachá de autorização para poder se cadastrar. Atendo em média 15 corridas pelo aplicativo e nem passo mais nos pontos”, explica. Ele admite que os passageiros que dependem de cartão de crédito acabam esperando um pouco mais, por causa do prazo para pagamento, de 30 dias. “Eu mesmo só pego se estiver muito próximo”, admite. Ao chegar ao destino, quem usa o pedido de táxi virtual recebe por e-mail uma pesquisa sobre a qualidade do serviço.

O pedido aceito por Lucas Nicodemos foi feito às 13h de sexta-feira e o sistema confirmou o recebimento imediatamente, na tela do celular e também por e-mail. Havia informações ainda sobre o motorista e o táxi, além do tempo estimado da chegada. O carro vinha do Bairro Cachoeirinha pela Antônio Carlos, trajeto que foi acompanhado pelo mapa de localização, e chegou às 13h10, como previsto. Um sinal sonoro com mensagem informava a chegada do veículo.
Na Avenida Getúlio Vargas, a busca com o smartphone começou às 12h14 de sexta-feira. Dez minutos depois, o sistema do Easy Táxi informou que não havia carro disponível e que nova procura seria feita entre os parceiros. Apenas um minuto depois, mensagem indicava o nome do motorista, celular, placa e o modelo do carro que estava a caminho. O usuário acompanhou pelo celular via GPS a localização e movimentação do automóvel.

Punição

Quanto aos taxistas que usam os aplicativos e cancelam corridas confirmadas, o supervisor de transporte por táxi da BHTrans, Carlos Franklin, disse que a punição é possível, mas apenas em caso de denúncia pelo usuário, por meio do telefone 156. Ele explicou que qualquer empresa que quiser entrar no sistema de táxi de BH tem que ser cadastrada na BHTrans após avaliação de documentos. “Tanto a empresa quanto o taxista estão sujeitos a penalidade, porque é uma recusa de corrida, proibida na legislação”, explicou, acrescentando que a multa é de R$ 108. “Quando faz o cadastramento na BHTrans, a empresa tem que se comprometer em atender o cliente, cuidar das chamadas e da conduta do profissional que aceita fazer parte do sistema”, disse.

O Estado de Minas procurou os responsáveis pelos aplicativos Easy Taxi e WayTaxi. Por nota, a direção do primeiro sistema informou que 474 carros estão cadastrados em Belo Horizonte. Segundo a empresa, a estimativa média de chegada do motorista é de 10 minutos. A WayTaxi informa telefones de contato em sua página na internet, mas o atendimento eletrônico tem apenas uma caixa postal. Ninguém retornou os contatos feitos pelo EM.

 

Disque-táxi cumpre prazo, mas sofre com alta demanda  
Na corrida pelo táxi feita por equipes do EM, as cooperativas atenderam aos chamados no tempo previsto, mas nem sempre foram tão rápidas quanto a consagrada busca pelo aceno. No horário de pico, a previsão dada pela atendente da Ligue Táxi foi de 15 a 20 minutos, mas o carro chegou em 13 minutos no primeiro trajeto entre o Funcionários e o Bairro de Lourdes, na noite de quinta-feira. Mais tarde, o chamado foi feito às 19h31, com previsão de 15 minutos, sendo atendido sete minutos antes do previsto.

Apenas da Rua Padre Eustáquio, de volta ao Funcionários, o atendimento foi mais demorado. A espera, estimada em no máximo 12 minutos, levou o dobro. Ainda assim, a atendente entrou em contato por celular e informou que não havia encontrado o táxi e que o usuário poderia desistir do serviço. No dia seguinte, o serviço não ultrapassou o tempo previsto pelas atendentes em nenhuma das chamadas. Foram usadas as cooperativas Coomotáxi, Ligue Táxi e Coopertáxi.

Os taxistas disseram que o sistema de aviso usado hoje facilitou o envio de carros para os passageiros, e que a comunicação com a central via rádio foi abandonada. O presidente da Coomotáxi, Éder da Costa Paulino, disse que no horário de pico o tempo previsto de espera pelo carro fica entre 25 e 40 minutos, prazo que fora do rush cai para 5 minutos. A cooperativa trabalha com 300 carros. A coordenadora da Ligue Táxi, Graciele Vieira, afirmou que a demanda nos últimos tempos aumentou muito e com isso há mais atrasos.

 BHTrans pretende  monitorar demanda
Assim que os 605 novos táxis entrarem no sistema de Belo Horizonte, a BHTrans promete começar um estudo para identificar se o tempo de resposta aos usuários diminuiu. O supervisor de transporte por táxi da empresa, Carlos Franklin, não descarta que nova licitação seja aberta, caso o número não seja suficiente. Até agora, já entraram 238 taxistas classificados no processo seletivo. Os outros ainda têm 90 dias para comprar os carros e começar a trabalhar.

Para garantir que os veículos estejam rodando pelo menos 12 horas por dia na cidade, durante 26 dias no mês, um sistema biométrico está sendo instalado nos novos carros. Quando o profissional ligar o taxímetro, terá que registrar as digitais para dar início à corrida. A BHTrans, segundo Franklin, está estudando uma forma de incentivar que os taxistas antigos migrem para a biometria.


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