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Estado de Minas CONFISSÃO A CÉU ABERTO

Celebração Penitencial do Clero marca preparação da Semana Santa em Caeté


postado em 23/03/2013 06:00 / atualizado em 23/03/2013 07:03

Cerca de 300 padres e diáconos dos 28 municípios que compõem a Arquidiocese de Belo Horizonte participaram, ontem, da Celebração Penitencial do Clero, presidida pelo arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Cerca de 300 padres e diáconos dos 28 municípios que compõem a Arquidiocese de Belo Horizonte participaram, ontem, da Celebração Penitencial do Clero, presidida pelo arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)


Manhã de sol no alto da serra, momentos de reflexão e muita preparação para as cerimônias da semana santa. Cerca de 300 padres e diáconos dos 28 municípios que compõem a Arquidiocese de Belo Horizonte participaram, nessa sexta-feira, da Celebração Penitencial do Clero, presidida pelo arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo e com a presença dos bispos auxiliares João Justino de Medeiros Silva, Joaquim Mol, Luiz Gonzaga Fechio e Wilson Angotti. Com início às 9h30 na Igreja Nova na Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH, o local se transformou num grande confessionário a céu aberto: em dupla, cada religioso podia ouvir o outro na área externa do templo. “Na sexta-feira das dores, tomamos consciência da nossa fragilidade e, em penitência, nos preparamos para servir ao povo”, ressaltou o arcebispo, lembrando que a semana santa significa “que Deus está conosco, e, nesse retiro espiritual, ficamos à espera do domingo de Páscoa, quando ocorre a ressurreição”.

A peregrinação dos padres ao santuário da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, na sexta-feira que antecede a semana santa, é uma tradição de quase quatro décadas. Desta vez, muitos religiosos chegaram bem cedo, sendo recebidos pelo reitor padre Nédio dos Santos Lacerda. Antes de se dirigirem à Igreja Nova, três padres da Congregação da Paixão (C.P.) ou passionistas, do Santuário de São Paulo da Cruz, no Barreiro, em BH, rezaram na ermida ou capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, construída no século 18 e com a imagem esculpida por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814). “É importante estar aqui para escutar a voz de Deus nos chamando à conversão”, disse o reitor e padre Luiz Cláudio Alves Diniz C.P., vestido com a batina escura. “Para São Paulo da Cruz, o hábito significa penitência”, explicou.


Depois de ouvir um colega em confissão, o padre Arnon de Miranda Gomes, titular da Paróquia de Nossa Senhora Rainha da Paz, no Bairro Caiçara, na Região Noroeste, lembrou que “a gente lida com a fragilidade humana o tempo todo, com as luzes e as sombras, que podemos chamar de pecados. No dia a dia, nós, padres, somos confessores, mas, agora, nos tornamos penitentes. Com certeza, saímos daqui da Serra da Piedade mais fortes”. Admirando a paisagem ensolarada, uma vez ou outra tomada pela neblina característica do topo do maciço, o padre José Geraldo Neto, da Paróquia de Nossa Senhora da Anunciação, no Bairro São Gabriel, na Região Nordeste, observou que as montanhas permitem um encontro com Deus e indicam a simplicidade. “Este lugar é mesmo a ‘magnífica arquitetura divina’, conforme foi chamada pelo ex-arcebispo e administrador apostólico dom João de Resende Costa (1910-2007).”


Alguns já se tornaram veteranos na peregrinação, caso do padre José Alves, pároco de Nossa Senhora do Belo Ramo, no Bairro Jaqueline, na Região Norte. “Venho aqui há 24 anos, desde a época do frei Rosário”, disse o padre. Ele lembrou que está a primeira Celebração Penitencial do Clero com o novo papa. “Esperamos mudanças, transformações, mas é bom lembrar que tudo isso começa dentro da gente, com novas estruturas e humildade”, afirmou.


Trevo novo

O reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padre Nédio Lacerda, apresentou a programação da semana santa no local. E lembrou que, em abril, será construído, pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), um novo trevo no sopé da serra, entre Caeté e a Rodovia BR-381, em substituição ao perigoso acesso. Está prevista também a reforma da ermida e do eremitério.

 

PROGRAMAÇÃO
AMANHÃ NA SERRA DA PIEDADE

» 9h30 – Bênção dos ramos em frente ao calvário e procissão até a ermida da padroeira para celebração eucarística
» 11h – Bênção dos ramos na Arena da Amizade e procissão até a Igreja Nova para a celebração eucarística
» 14h e 16h – Celebrações eucarísticas na ermida da padroeira

 

PROCISSÃO DAS ALMAS
O relógio acaba de marcar meia-noite. Em Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas, 15 pessoas se reúnem e seguem em um cortejo cheio de lendas e superstições. Vestidos com capas roxas e com o livro de orações nas mãos, eles têm uma missão: salvar as almas penadas. O ritual, repleto de mistérios e simbologias, é a Procissão das Almas, tradição que já foi comum em muitas cidades brasileiras, mas que hoje é realizada em poucos municípios e algumas comunidades rurais. Em Itapecerica, essa cultura foi resgatada há 9 anos e ocorre nas três sextas-feiras que antecedem a semana santa.

 


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