(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Psicoterapia é aliada no uso do rivotril para tratar a depressão


postado em 28/01/2013 06:00 / atualizado em 28/01/2013 07:15

Luciane Evans

 

A perda da mãe levou o comerciante Rinaldo José Cordeiro, de 47 anos, a tomar o clonazepam. Ele mora em Piedade dos Gerais, cidade onde, segundo levantamento do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais, foram consumidos 44 mil comprimidos de Rivotril, com a média de nove para cada habitante. “Há 18 anos, perdi a minha mãe e a minha estrutura. Os médicos me receitaram Rivotril, e durante três anos tomava duas pílulas todos os dias. Passou a não fazer efeito. Fui internado por causa do alcoolismo. E depois de me livrar do álcool, os médicos receitaram antidepressivos. É mais fácil largar a bebida do que as medicamentos”, revela.

Segundo o psiquiatra e homeopata Aloísio Andrade, “depressão é um guarda-chuva que abriga vários diagnósticos”. Ele explica que angústia é um questionamento do sentido da vida. “Mas se isso vai se intensificando, torna-se um quadro depressivo.” Nesse estado, o primeiro nível, de acordo com ele, tem como sintomas a insônia, excesso ou falta de sono, dor na coluna e outros sinais. “Isso pode evoluir para a depressão neurótica, em que a pessoa tem dificuldade de se levantar da cama e tende a ficar mais parada. Quando a pessoa nem pensa em melhorar, há um agravamento, há o risco do autoextermínio e pode configurar um transtorno depressivo patológico”.

Ele diz que há ainda a depressão causada pelo uso de álcool e outras drogas. “São substâncias depressoras do sistema nervoso central”, diz. Ele esclarece que depressão psicótica é a mais grave delas. “Quando é assim, um antidepressivo pode gerar força e coragem à pessoa, por isso é preciso cuidado.”

REMÉDIOS De acordo com o psiquiatra Paulo Repsold, há dois carros-chefe para o tratamento dos transtornos depressivos: medicação e sessões psicoterapêuticas. A primeira ajuda o paciente a enfrentar o problema, já que os remédios retiram os sintomas. A psiquiatra Ana Cristina diz que o medicamento usado para a depressão não pode ser clonazepam, pois ele não aumenta a quantidade de neurotransmissores no cérebro. “A depressão leve pode ser tratada só com psicoterapia. Com os antidepressivos, é preciso pelo menos seis meses de uso para ir diminuindo as doses. O efeito começa depois de duas semanas. Antes disso, os ansiolíticos podem ser usados”, diz. Para a psicanalista, nos casos de psicose depressiva um dos tratamentos seria a regressão da memória e um acompanhamento psicológico.

>> O QUE É

É um transtorno afetivo de lado emocional, que acaba afetando a parte cognitiva do ser humano. A persistência de sintomas como tristeza e angústia é sinal da doença. O que ocorre é a diminuição dos neurotrasmissores, que são substâncias químicas liberadas pelos neurônios e usadas para a transferência de informações entre eles. Na depressão neurótica a pessoa tem dificuldade de se levantar da cama e tende a ficar mais parada. Se não for tratado, o quadro pode evoluir para um transtorno depressivo patológico, com risco de autoextermínio. Na depressão psicótica, a mais grave delas, a pessoa tem alucinações ou delírios e há risco maior de autoextermínio.

>> TRATAMENTO

Ao ser diagnosticado
com depressão, o paciente é submetido a medicações e sessões de psicoterapia. Nos casos mais graves, é feita eletroconvulsoterapia – um tratamento médico que consiste na estimulação de todo o cérebro por meio de uma corrente de elétrons para provocar um processo de revitalização neuroquímica nos neurônios.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)