Policiais da 1ª Delegacia de Venda Nova procuravam, ainda no fim da tarde de ontem, localizar o dono da Academia Stillus, Alexander Leite dos Santos, para tentar esclarecer a morte do aluno de muay thai João Victor Reis da Paixão, de 15 anos, na terça-feira à noite. A delegada Roberta Sodré quer saber se o adolescente passava por avaliação médica, se tinha algum problema de saúde e quer também ter acesso a todo o processo de admissão do aluno na academia. Mas, segundo a polícia, somente o laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), com prazo de 30 dias para ficar pronto, vai revelar a causa da morte.
A família da vítima também será ouvida no inquérito, que foi já instaurado. Ontem, durante as primeiras horas do velório, um dos parentes informou que os médicos chegaram a suspeitar de que João Victor tenha sido vítima de um aneurisma, e considerou superficiais os exames feitos para admissão em academias. O adolescente, que era filho único, foi descrito por familiares como um rapaz forte, saudável, sem vícios e religioso. Colegas informaram que ele ainda não havia começado a lutar quando passou mal.
Porém, segundo investigadores, por enquanto a delegada responsável pelo caso conta oficialmente apenas com o relatório de remoção do corpo do jovem do Hospital das Clínicas, para onde foi levado. No documento, os médicos atestam que o adolescente desmaiou, aspirou o próprio vômito e morreu depois de praticar exercício físico.
A Stillus funciona há três anos e meio no quarto andar de um prédio comercial no Bairro Mantiqueira, Região de Venda Nova. Além de muay thai, oferece aulas de jiu-jítsu, tae kwon do, MMA e outras artes marciais, além de dança de forró e ginástica para a terceira idade. Alexander é dono também de uma loja de presentes e de uma lan house no mesmo prédio. Os funcionários foram orientados a não comentar a morte de João Victor.
O dono da academia disse que os professores são registrados no Conselho Regional de Educação Física, mas argumenta que o professor de muay Thai, identificado como Welbert, não precisaria de licença para ensinar artes marciais, embora afirme que o profissional é formado em educação física.
Já Welbert disse que o adolescente era acompanhado por vários profissionais nas aulas, inclusive por ele próprio, mas se recusou a comentar o episódio. O corpo de João Victor foi sepultado na manhã desta quarta-feira no Bosque da Esperança.