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Estado de Minas

Cães recolhidos da casa de funcionário público podem ser liberados

O recolhimento ocorreu porque técnicos da CCZ, cumprindo determinação da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público, fizeram uma visita ao imóvel e entenderam que os animais estavam em risco


postado em 21/08/2012 06:00 / atualizado em 21/08/2012 07:18

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Pres)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Pres)
A causa dos cães recolhidos nas ruas de BH e tratados pelo funcionário público Franklin Soares de Oliveira está longe do fim. Os 52 animais, entre eles uma cadela com sete filhotes em amamentação, foram retirados dia 13 da casa de Franklin, no Bairro Taquaril, Região Leste de Belo Horizonte, por técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da prefeitura e levados para o canil municipal. Ele recorreu ao Juizado Especial Criminal, conseguiu a libertação dos cachorros, todos vira-latas, no fim da tarde de ontem, mas não pôde tirá-los das mãos do poder público ontem, porque o ofício do juiz saiu às 18h e o canil já estava fechado.

A soltura dos cães será hoje cedo, mas Franklin não poderá levá-los para casa. O recolhimento ocorreu porque técnicos da CCZ, cumprindo determinação da promotora Lilian Marotte, da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público, fizeram uma visita ao imóvel, que pertence ao falido Hotel Taquaril, e entenderam que não havia ali “os animais estavam em situação de risco, em condições insalubres. Isso mesmo com o funcionário público mostrando todos os cartões de vacina, atestados de veterinários e argumentando que, diariamente, antes de sair para o trabalho e na volta, cuidava da limpeza das instalações.

Ele, que nunca perdeu um cão vítima de doença ou de maus-tratos, lamenta a morte de duas cadelas na estada de duas semanas no canil municipal. “Eles foram misturados a outros animais e me informaram que morrerem em brigas. Estou arrasado, não merecia isso depois de 32 anos de dedicação a uma causa. Morreram por descuido do poder público.” Franklin apresentou ao Juizado os mesmos atestados e comprovantes mostrados aos técnicos do CCZ, mas o juiz Pedro Cândido Fiúza Neto não autorizou a volta dos bichos para sua casa.

De acordo com o ofício de liberação assinado pelo juiz, os animais (apenas os saudáveis) serão entregues aos cuidados de pessoas indicadas pelo funcionário público, que se responsabilizem por eles “no sentido de que não voltem à situação anterior”. A Justiça acatou o despacho do MP, com base na interpretação dos técnicos da CCZ de que a casa de Franklin não reúne as condições ideais para eles. Essa decisão doeu no coração do funcionário público. São vira-latas que ele recolheu nas ruas, doentes e abandonados. Há animais que ele retirou até do fundo do canal do Ribeirão Arrudas, onde foram descartados pelos antigos donos.

AÇÃO DE DESPEJO

Franklin, que dirige a ONG Núcleo Fauna de Defesa Animal, está enfrentando ainda uma ação de despejo e tenta por meio da entidade arrecadar fundos para comprar um terreno, no qual pretende alojar animais abandonados. E não são apenas cães: ele recolhe também gatos, cavalos, mulas, burros ou outro de qualquer espécie que estiver vagando pelas ruas da cidade. “Saio daqui (do tribunal) sentindo-me um bandido. Tenho laudos, inclusive da capitã Bárbara Glouberf, veterinária da Polícia Militar, de que cuido bem dos cães e que a minha casa não oferece nenhum risco à saúde deles.”

Hoje, Franklin estará cedo na porta do canil municipal para rever o que sobrou dos 48 cães retirados de sua guarda há oito dias. Com ele, amigos que se responsabilizarão por parte dos cães. “Vinte deles vou ter de levar para um hotel de animais. Serão R$ 200 por dia que sairão dos meus bolsos.” Mas a causa não terminará na porta do CCZ. O futuro dos vira-latas ainda está nas mãos da Justiça.


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