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Estado de Minas

Bombeiros fecham rua no Bairro Funcionários arbitrariamente

Sem autorização da BHTrans e por ordem do comandante, soldados interrompem trânsito no trecho da Maranhão e irritam motoristas


postado em 05/07/2012 06:00 / atualizado em 05/07/2012 06:43

Via é usada por motoristas que querem sair da Tomé de Souza e chegar à Avenida Afonso Pena(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Via é usada por motoristas que querem sair da Tomé de Souza e chegar à Avenida Afonso Pena (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

No Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, carros que percorrem a Rua Tomé de Souza podiam chegar à Avenida Afonso Pena por um quarteirão da Rua Maranhão. Mas, pelo menos nos últimos três dias, os veículos que tentaram fazer a conversão se depararam com a via de acesso fechada. Soldados do 1º Batalhão de Bombeiros Militar fecharam a Maranhão, onde fica o prédio da corporação, com cavaletes sem autorização da BHTrans, empresa que gerencia o trânsito da capital.

A interdição permanente foi imposta por ordem do comandante do batalhão, o major André Luiz Gerken. A informação, relatada pelos soldados, foi confirmada pela assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros (Cobom). Não satisfeito com o fato de uma das duas faixas da rua ser exclusiva para o tráfego das viaturas, Gerken resolveu permitir na via apenas o trânsito local, de veículos e de pessoas que moram ou trabalham no quarteirão.

Ontem, Gerken estava viajando e não pôde conceder entrevista, segundo a assessoria de imprensa dos bombeiros. “O comandante isolou a rua por questão de segurança”, justifica o capitão Frederico Pascoal, responsável pelo setor de comunicação do Cobom. O tráfego regular atrapalharia o trabalho dos bombeiros. Na saída para atender ocorrências, haveria o risco de veículos da corporação baterem em automóveis particulares que passavam por ali, conforme o capitão. “No último final de semana, uma viatura quase colidiu com um carro que estava em alta velocidade”, relata Pascoal.

Gerken teria enviado um ofício à BHTrans pedindo que o tráfego do quarteirão se tornasse apenas local. Antes de receber a resposta da empresa, porém, o major mandou isolar a rua, segundo Pascoal. Segundo ele, a interdição foi realizada na segunda-feira. No entanto, um soldado do batalhão relatou que a rua começou a ser fechada bem antes. “Há cerca de um mês começamos a fechar só à noite. Na segunda-feira retrasada, passou a ser fechada também durante o dia”, contou o militar, que não quis se identificar.

Irregularidades

Informados pelo Estado de Minas, funcionários da BHTrans foram na tarde de ontem à Rua Maranhão, onde constataram a irregularidade e exigiram a retirada dos cavaletes. “A empresa autoriza eventualmente a interdição da via para treinamentos e outros eventos do Corpo de Bombeiros, mas a interdição permanente não é possível por se tratar de uma via pública, situada em área residencial”, informou a empresa por meio de nota oficial. A assessoria de imprensa da BHTrans também informou que já foram negados “vários pedidos” de interdição da rua feitos pelo 1º Batalhão.

“Mais uma vez a população sofre com a prepotência de pessoas que tentam impor sua vontade às normas vigentes”, revolta-se o advogado Luiz Freitas, de 49 anos. Para chegar à Avenida Afonso Pena e seguir para sua casa, no Bairro Cruzeiro, Luiz trafega por aquele trecho da Rua Maranhão em dois momentos do dia: no final da manhã, depois de pegar um dos filhos no colégio, e no fim da tarde.

Obrigado a mudar seu itinerário, o advogado passou a gastar o dobro do tempo no trajeto que antes fazia em meia hora. “Indo pela (Rua) Inconfidentes ou pela Professor Moraes, você enfrenta um engarrafamento do cão na Afonso Pena”, reclama. “Eles (bombeiros) não podem fechar a rua por vontade própria, isso é um abuso. Feche a rua de sua casa para você ver o que acontece”, compara.


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