Um servidor público de Ouro Fino, na Região Sul de Minas Gerais, foi preso na manhã desta quinta-feira durante uma operação da Polícia Federal (PF) para combater uma quadrilha que compartilhava arquivos pornográficos pela internet. As prisões acontecem em 11 estados e no Distrito Federal. Até as 13h, 18 pessoas já haviam sido detidas.
Em cumprimento de mandado da operação “Dirty Net” (Internet suja), agentes foram até a casa do servidor público, que mora com a mãe, e encontraram um desktop, um HD, pen drive e um caderno com anotações de cunho pornográfico. O homem, que não teve o nome divulgado, teria assumido ser o dono do material. Nesta tarde, outros mandados são cumpridos em outras cidades mineiras.
Ao todo, estão sendo cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal, além de Minas Gerais.
Rede internacional de pedofilia
As investigações para a operação começaram há seis meses. Os policiais monitoram redes privadas de compartilhamento de arquivos na internet, onde foram detectadas intensas trocas de material de cunho sexual envolvendo crianças, adolescentes e até bebês. Segundo a PF, eles aproveitavam da suposta condição de anonimato na rede, mas nunca imaginariam que estavam sendo monitorados.
De acordo com a polícia, além da troca de arquivos, foram identificados ainda relatos de outros crimes praticados pelos envolvidos contra crianças, inclusive com menção a estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo.
Conforme mostraram as investigações, os integrantes do bando no Brasil compartilhavam material de pornografia infantil com usuários da internet em mais 34 países - Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bósnia, Canadá, Chile, Colômbia, Croácia, Emirados Árabes Unidos, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Indonésia, Iran, Holanda, Macedônia, México, Noruega, Peru, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Rússia, Sérvia, Suécia, Tailândia e Venezuela.
A PF já comunicou através da Interpol os países envolvidos para que os seja dado prosseguimento às investigações, a fim de identificar todos os envolvidos.
(Com Agência Estado)