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Estado de Minas

Idoso com sintomas de infarto aguarda cerca de quatro horas por uma consulta

Carência de médicos em uma unidade de pronto atendimento do Barreiro causa revolta de usuários


postado em 27/04/2012 06:00 / atualizado em 27/04/2012 06:27

A espera por médico nessa quinta-feira na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Região Barreiro, em Belo Horizonte, deixou os usuários revoltados. Parentes de um idoso com sintomas de infarto aguardaram cerca de quatro horas por uma consulta. Ele só foi encaminhado para um leito depois que um outro paciente idoso morreu. Em casos de menor gravidade, como reação alérgica, a demora para atendimento foi de quase 12 horas. À noite, por volta das 20h, crianças com febre e vômito aguardavam no saguão, já que do lado de dentro dos ambulatórios havia outras 25 pessoas na fila de espera.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou à noite que o quadro de funcionários estava completo em todos os turnos, com oito médicos, sendo quatro clínicos gerais, três pediatras e um cirurgião. Com relação à demora, a SES informou que é feita uma triagem para classificação de risco. Como a unidade prioriza o atendimento de urgência, os pacientes que apresentam quadro de menor gravidade, como dor de garganta, por exemplo, acabam por esperar mais tempo pela consulta.

Ao contrário da afirmação da SES, acompanhantes dos pacientes que procuraram a UPA ontem à tarde disseram que foram informados por funcionários que apenas dois clínicos atendiam os usuários, o que acarretou a demora. “Cheguei aqui às 13h20, trazendo meu pai com sintomas de infarto. Ele só foi chamado às 17h. Quando perguntei o motivo da demora, me disseram que faltavam médicos”, afirmou o comerciante Renato Alves de Oliveira, de 34 anos.

Segundo ele, seu pai, o aposentado José Alves de Oliveira, de 71 anos, ficou aguardando por cerca de quatro horas o atendimento, sentado numa cadeira. “Por coincidência, ele só foi encaminhado a um leito depois que outro paciente morreu.” A mulher do aposentado, Vilma Pereira de Oliveira, de 66, admitiu que depois que foi chamado seu marido foi bem atendido. “Os médicos são atenciosos e realizam todos os exames. O atendimento é de qualidade, mas o difícil é ser atendido”, reclamou.

A promotora de vendas Graziella Aparecida Ribeiro, de 31, afirmou que às 14h30 chegou com sua filha Laura, de 2, para ser atendida. Com vômitos constantes, a menina foi classificada na triagem com a pulseira amarela, a mesma recebida pelo aposentado. Ela foi chamada pelo pediatra às 21h30. De acordo com o protocolo Humaniza SUS, a pulseira amarela é dada ao paciente que precisa de um atendimento relativamente rápido, com equipamentos e cuidados específicos para manter a vida.

Já a adolescente Érica Almeida de Oliveira, de 16, saiu com seu bebê, Ícaro, de 5 meses, da cidade vizinha de Ibirité em busca de atendimento. Chegou à UPA às 18h30 e duas horas depois sequer tinha passado pela triagem. A diarista Dayse Antônia França, de 40, com sua filha Isadora que se cortou num caco de vidro, reclamou da demora para ser atendida pelo cirurgião. “Estão investindo muito para a Copa do Mundo e deixam de lado necessidades básicas como saúde, educação e moradia. Antes de convidar as pessoas para vir à nossa casa, tem que arrumá-la”, ironizou a diarista, em relação ao apelo turístico em torno do evento de futebol.

 


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