Investigações sobre chacina de Tumiritinga são transferidas para BH

Foram transferidas para Belo Horizonte as investigações sobre a chacina que matou um ex-vereador, dois filhos e dois empregados dele em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce. O responsável pelo inquérito agora é o delegado Hugo Arruda que mantém sigilo sobre linhas de investigação e continuidade das apurações. Segundo Arruda, o pedido de transferência do caso veio da Superintendência da Polícia Civil por se tratar de um inquérito muito complexo.

Morreram o fazendeiro e ex-parlamentar Jandir Caetano dos Santos, de 75 anos, dono da Fazenda Rancho Alegre, seus filhos Nivaldo dos Santos, o Vaguinho, de 41, e Nilson Cleider dos Santos, o Baiano, de 37, além dos empregados Neide Modesto de Oliveira, de 35, e Adriano Ferreira de Carvalho, de 33.

Segundo Arruda, a complexidade das investigações estão justamente na motivação do crime, cuja conclusão a polícia ainda não tem conclusão. Na época dos homicídios foi levantada possibilidade de vingança entre famílias por causa de um assassinato há 15 anos no qual Jandir pode ter envolvimento. Mas, a polícia não descarta rixas políticas e brigas por terras na região.

De acordo com o delegado, continuam presos os dois suspeitos de participação crime. Foi pedida a prorrogação da prisão deles até o encerramento do inquérito que deve acontecer em cerca de 30 dias.

O crime

A chacina ocorreu no início da manhã de 7 de fevereiro, na Fazenda Rancho Alegre, do ex-vereador Jandir Caetano dos Santos, de 65 anos, eleito por dois mandatos consecutivos na década de 1980. Os filhos dele, Nilson dos Santos, de 37 anos, e Nivaldo dos Santos, e 41, além do vaqueiro Adriano de Carvalho e a empregada doméstica Neide Modesto de Oliveira, de 35, também foram executados. Outro filho do fazendeiro, Nilton dos Santos, de 24, além do adolescente Y.O., de 14 anos, filho de Neide, conseguiram escapar.

Nilson, conhecido como Baiano, havia deixado sua casa no distrito de Divino do Sul, zona rural de Tumiritinga, por volta das 7h, e seguia para a fazenda dele, a aproximadamente cinco quilômetros do povoado. Já na chegada à propriedade, o homem avistou um Fox Prata parado na porta e, desconfiado, voltou para pedir ajuda.

Retornou à fazenda em companhia do irmão Nivaldo, o Vaguinho, e do vaqueiro Adriano Ferreira de Carvalho. Foram surpreendidos pelos três homens, que disseram ser policiais civis. Os supostos bandidos deram voz de prisão aos três e os algemaram.O grupo seguiu para a Fazenda Rancho Alegre, do ex-vereador. Nesse terreno, as cinco vítimas foram assassinadas com tiros na cabeça.