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Estado de Minas

Assassinatos podem ter motivado vingança que culminou em chacina no Vale do Rio Doce

Testemunha do massacre reconhece um dos três detidos como participante do assassinato de cinco pessoas em fazenda do Vale do Rio Doce. Acusados negam crime e polícia busca provas


postado em 09/02/2012 06:58 / atualizado em 09/02/2012 13:47

Tumiritinga – Já estão sob custódia da Polícia Civil em Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce, dois suspeitos de participação na chacina deu cinco pessoas terça-feira em Divino do Sul, distrito de Tumiritinga, município de 6 mil habitantes, na mesma região. A prisão dos suspeitos de participação no crime, que parou por dois dias a cidade, ocorreu em Inhapim, depois que policiais militares desconfiaram da atitude de quatro homens durante uma abordagem de rotina. Segundo o delegado Leonardo Cavalcanti, responsável pelas investigações dos assassinatos, dos quatro presos um foi liberado por apresentar documentação regular e não ter nenhum problema com as autoridades. “Porém, três detidos apresentaram nomes falsos e um deles tinha mandado de prisão aberto”, disse o policial. Na chacina foi morto um fazendeiro, dois filhos e dois empregados.

Dois deles foram transferidos ontem para Governador Valadares e um deles, ainda em Inhapim, foi reconhecido por um dos sobreviventes da chacina, Nilton César dos Santos, de 42 anos, como participante do massacre. O delegado ouviu os dois, mas ambos negaram participação no crime bárbaro e disseram nunca ter frequentado a região de Tumiritinga. Ainda segundo a Polícia Civil de Valadares, o terceiro suspeito foi ouvido em Inhapim e também negou participação. No fim da tarde de ontem, os dois presos que prestaram depoimento em Valadares foram transferidos para Conselheiro Pena, onde vão cumprir a prisão temporária de 30 dias, enquanto correm as investigações.

Moradores de Tumiritinga passaram o dia buscando explicações para o crime bárbaro, que deixou a cidade de luto e parou algumas repartições públicas em respeito à família das vítimas. As duas escolas ficaram sem funcionar pelo segundo dia seguido e a previsão é de que a rotina seja retomada hoje. O fazendeiro Alípio Gonçalves, de 50 anos, amigo da família de Jandir Caetano dos Santos, de 75 anos, morto no curral de sua fazenda, não imagina o que pode ter causado tamanha crueldade. “Seu Jandir era querido por todos na cidade e não tinha nenhum inimigo. Era uma pessoa sem nenhum defeito”, diz o amigo.

VINGANÇA

Uma moradora que preferiu não se identificar afirmou conhecer a rotina de Tumiritinga e citou o assassinato de um vereador local há cerca de 15 anos. Segundo ela, ninguém foi punido pelo crime, mas na época membros da família de Jandir Caetano foram apontados como possíveis responsáveis. O delegado regional de Governador Valadares, Ailton Lacerda, informou que não há uma única linha de investigação a ser seguida pelos investigadores, mas admitiu que o homicídio citado pela moradora será levado em conta e a polícia já está atrás dos autos daquele assassinato.

“Outro crime que também terá seus autos observados como possível parte de todo o enredo é o assassinato de um irmão de Jandir Caetano”, diz o delegado. Ele atuava como vereador em Inhomi, no Vale do Rio Doce, e foi executado a tiros e teve o corpo carbonizado, segundo membros da família. O crime ocorreu há quatro anos, mas a polícia não forneceu informações sobre o homicídio. Outra peça importante para o inquérito é o adolescente Y.O., de 15 anos, filho de uma das vítimas, a empregada Neide Modesto de OLiveira, de 35. Ele está sob proteção da Polícia Militar e do conselho tutelar e seu paradeiro não foi informado pelas autoridades. Segundo a Polícia Civil, ele também poderá participar do reconhecimento dos suspeitos e já disse que se lembra de um dos dois presos, por meio de uma foto fornecida pela polícia.


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