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Estado de Minas

Banda larga ajuda a explicar explosão de inquéritos por crimes na rede

Ausência de legislação para determinados crimes cometidos apenas no ambiente virtual reforça a sensação de impunidade


postado em 03/10/2011 07:01

A elevação na pilha de inquéritos sobre crimes virtuais em Belo Horizonte acompanha os números que caracterizam o ambiente internet no Brasil, onde o acesso a computadores e à rede mundial em casa, na escola ou no trabalho está cada vez mais difundido. Dados do IDC Brasil, empresa de consultoria em telecomunicações com sede em São Paulo, mostram que o número de máquinas vendidas no primeiro semestre passou de 6,3 milhões em 2010 para 7,4 milhões no mesmo período deste ano, o que representa salto de 17,4%. A elevação nas vendas colocou o Brasil em posição de destaque na comparação com outros países. Atualmente, os brasileiros ocupam o 3º lugar no ranking, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Aliado à popularização das máquinas, o valor pago em pacotes de internet banda larga caiu, o que fez o número de internautas crescer, especialmente nos últimos três anos. A banda larga também ganhou mais espaço nos lares e instituições brasileiras. De 28,2 milhões de acessos feitos com esse tipo de conexão nos primeiros seis meses de 2010, o Brasil saltou no mesmo intervalo deste ano o total de 43,7 milhões de acessos.

Mas outros tabus mantidos por quem tenta se esconder atrás dos computares para cometer fraudes na internet também influenciam no aumento dos crimes cibernéticos, como explica o delegado Bruno Tasca Cabral, da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos. Segundo ele, ainda vigora uma falsa sensação de anonimato na rede, porque muitas pessoas desconhecem a possibilidade de rastreamento do autor do delito virtual e apostam na impunidade. Os delitos, que podem ser comparados a crimes cometidos na vida real, explica Cabral, têm a mesma punição já prevista no Código Penal.

O policial, porém, admite que a ausência de legislação para determinados crimes cometidos apenas no ambiente virtual reforça a sensação de impunidade. Apesar de o Projeto de Lei 84/99, que tipifica os crimes virtuais, estar em tramitação no Congresso Nacional, fraudes como invasão de sites e violação de e-mails são arquivados por serem delitos restritos à rede e ainda não alcançados pela legislação vigente.

Smartphones Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG Brasil, empresa que comercializa softwares de segurança, alerta que os cuidados para o uso seguro da internet devem evoluir com a tecnologia. Segundo o executivo, com o aumento dos acessos de tablets ou smartphones, os usuários têm a falsa sensação de que não precisam se proteger, já que a rotina de fazer o download dos softwares de segurança ainda não é comum nesses dispositivos. "Muitos acham que os smartphones não têm antivírus, mas estão enganados. Esses programas existem e são indispensáveis para manter a segurança dos equipamentos. Os telefones inteligentes ou os tablets são pequenos computadores", explica Mariano.

O especialista em segurança virtual também chama a atenção para a configuração de redes sem fio, conhecidas como wi-fi. "Nesses casos, é importante ativar uma senha e escolher a opção criptografada, que garante maior segurança para os usuários", conta. Para a navegação em geral, independentemente da ferramenta ou dispositivo usados, recomendações simples podem evitar problemas. "O ideal, mesmo que seja complicado, é usar uma senha para cada serviço. Essa medida protege os outros serviços caso uma senha seja quebrada. As pessoas também devem ficar atentas aos e-mails. Bancos, por exemplo, nunca enviam aos clientes informações por e-mail. Portanto, ignore esse tipo de mensagem. Sem dúvida alguma, é um vírus que vai danificar seu computador", conclui.

Prejuízos para bancos

Levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que o prejuízo das instituições bancárias nos primeiros seis meses deste ano somou R$ 685 milhões, contra R$ 504 milhões registrados no mesmo período de 2010, o que representa um crescimento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a federação, o aumento se deve ao uso crescente dos meios eletrônicos como forma de pagamento, à falta de uma legislação que iniba o avanço da ação dos criminosos, com punições efetivas, e ao descuido de alguns usuários em relação a procedimentos de segurança. A fraude ocorre porque, ao ser iludido, o cliente informa seus códigos e senhas a estelionatários, além de não adotar as medidas recomendáveis de segurança nos seus equipamentos, como instalação de antivírus, sistemas operacionais legítimos, firewall etc.


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