Depois de serem resgatados das ruas, vítimas de abandono e maus-tratos, cerca de 50 animais, entre cães e gatos, encontraram, neste sábado, um novo lar em Belo Horizonte. Graças à iniciativa da ONG Cãopartilhe, eles foram adotados por donos que se comprometeram a dar carinho, dedicação e cuidados. Pessoas como Guilherme Perone, de 8 anos, que levou para casa o filhotinho Pedro, de apenas 2 meses.
“Era sonho do meu filho ter um cãozinho assim. Ele procurava anúncios de doação nos jornais, recortava e pregava por toda a casa para ver se eu me animava”, comentou a gerente de marketing Rejane Costa, de 40, mãe de Guilherme.
Com o desejo finalmente realizado, o menino não poupava afagos no seu primeiro cão, enquanto aguardava a consulta com a veterinária do grupo. “Já sei que ele vai ser o meu melhor amigo e nunca mais vou ficar sozinho. Combinei com minha mãe que vou limpar toda a sujeira que ele fizer e também levá-lo para passear”, prometeu.
Embora já tenha três cachorros em casa, a aposentada Olívia Maria de Lima, de 75, também compareceu à feira e decidiu levar mais uma cadelinha. Se tivesse condições financeiras, ela afirma que levaria outros, já que o quintal é grande e a família toda adora bichos.
Olívia conta que vai dar a cadela de presente para a filha, que é paraplégica. “Os bichos têm o poder de acalmar as pessoas, de nos ajudar a vencer as dificuldades. No caso da minha filha, o efeito é ótimo. Ela fica muito mais feliz e bem disposta. Com um gesto simples, a gente salva esses animais e ainda sai ganhando, porque traz para dentro de casa muita alegria.”
Segundo Christiane Rodrigues de Oliveira, presidente da Cãopartilhe, essa foi a 4ª Feira de Adoção realizada pela ONG em parceria com a clínica veterinária Vet Mais. Todos os animais disponibilizados pelo grupo são resgatados nas ruas em estado de penúria. “Nós os acolhemos e tratamos deles. Quando são doados, todos estão saudáveis, vermifugados, vacinados e castrados”, afirma.
Condições
“Para levar para casa um desses bichinhos, o candidato a dono só precisa gostar muito de animais e ter condições para dar o cuidado adequado. Isso inclui, vacinação anual, idas ao veterinário, alimento e, principalmente, carinho e atenção”, opina Christiane.
Por ano, a ONG realiza cerca de 200 doações. Contudo, além de conseguir um lar para os animais abandonados, outro objetivo da Cãopartilhe é promover a conscientização da comunidade acerca da proteção aos animais. “É importante que cada um tome consciência da sua responsabilidade. Adotar é tão importante quanto impedir que os animais sejam vítimas de maus-tratos, completa.