Adotar maneiras de induzir psicologicamente o motorista a reduzir a velocidade, como a simples pintura de sinalização vertical e horizontal no asfalto, com foco na segurança viária, é uma alternativa à demora na execução do projeto de revitalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Com baixo custo, essa seria uma forma de ajudar a pôr um ponto final nos repetidos acidentes e tragédias na rodovia, dizem especialistas. O caminho da segurança passa, inevitavelmente, pela conscientização do motorista e pela implantação de sinalização ostensiva. Eles ainda alertam que as medidas paliativas implantadas desde o acidente de 28 de janeiro, quando cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas, não são suficientes para conter abusos e imprudências.
Para tentar mudar o comportamento dos motoristas que trafegam diariamente no mais movimentado corredor viário da capital, o professor de pós-graduação em transporte e trânsito do Cefet-MG, Frederico Rodrigues, aposta nessas soluções simples. “Há formas eficientes de induzir psicologicamente o motorista a reduzir a velocidade. Uma delas é a linha de redução de velocidade (LRV), pintada com relevo na pista e precedida por sonorizadores, que fazem um barulho alto à medida em que a velocidade do veículo permanece constante. Aliado a isto, há os marcadores de alinhamento, placas com número em contagem regressiva que levam a pessoa a, instintivamente, pisar no freio", afirma.
Paliativos
Quanto às medidas paliativas implantadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), depois da tragédia ocorrida em 28 de janeiro, o especialista avalia que, instalar um radar tipo pardal na descida do Bairro Betânia, Região Oeste da cidade, pode até aumentar o número de acidentes. Segundo Rodrigues, a limitação de velocidade para caminhões sendo igual a 60 km/h também pode gerar alguns conflitos de velocidade. Outro problema é a oscilação da máxima permitida para veículos leves, que em alguns trechos é de70km/h e, em outros, de 80km/h.