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Estado de Minas

UFMG se prepara para novos cortes de até 50% no orçamento

Em 2015 faltaram materiais básicos e até papel higiênico em algumas unidades. Em fevereiro, o governo federal anunciou o contingenciamento de R$ 23,4 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão relativos ao Ministério da Educação (MEC)


postado em 14/03/2016 06:00 / atualizado em 14/03/2016 07:34

Diretor da Faculdade de Odontologia, Henrique Pretti diz que unidade sofre com a falta de recursos(foto: Cristina Horta/EM/DA Press)
Diretor da Faculdade de Odontologia, Henrique Pretti diz que unidade sofre com a falta de recursos (foto: Cristina Horta/EM/DA Press)
Depois de um 2015 de arrocho, alunos e professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) esperavam por uma recuperação para este ano, o que não deverá ocorrer. Depois de faltar materiais básicos usados em laboratórios e até papel higiênico em algumas unidades, os gestores se preparam para apertar ainda mais o cinto diante da redução de verbas que se avizinha. No fim de fevereiro, o governo federal anunciou o contingenciamento de R$ 23,4 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão relativos ao Ministério da Educação (MEC). O orçamento previsto para a maior universidade de Minas é de R$ 249,8 milhões em custeio (despesas correntes) e de R$ 50,7 milhões em capital (investimento em obras e equipamentos). No entanto, diretores de unidades esperam por cortes de até 50%. “A expectativa para este ano é de um corte ainda maior”, acredita o diretor da Faculdade de Odontologia, Henrique Pretti. No ano passado, a diminuição de recursos foi de 50% em custeio e de 10% em capital. Em agosto, a universidade previa déficit de R$ 22,8 milhões em 2016.

Pretti lembra que a Faculdade de Odontologia ficou quase uma década sem aumento de recursos e, para piorar o aperto, no ano passado, sofreu com redução de 50% no orçamento. “É o segundo corte que virá. Teremos que diminuir os gastos. A parte das obras ficará comprometida.” Há 3 anos, a unidade está sem restaurante. O que existia teve que ser fechado depois de um vazamento que comprometeu o espaço e o auditório que fica no andar de baixo. “O problema tem três anos. Na gestão pública, os trâmites demoram. Quando chegou a solução, estávamos com a crise batendo à porta.” Não há previsão de quando a reforma será iniciada. Alunos, professores e funcionários precisam se deslocar para outras unidades para fazer as refeições do dia. “Não é só a questão da alimentação. O local é um ponto de encontro e de convivência de toda a comunidade acadêmica.”

SEM DESPERDÍCIOS
O diretor afirma que, nos últimos oito anos, foram adotadas todas as medidas para evitar desperdício na Faculdade de Odontologia, que conta com clínicas onde os alunos têm aulas práticas e são ofertados tratamentos dentários para pessoas carentes. “Cortamos tudo que era possível. Não tem onde cortar mais.” Ele lembra que não há desperdício dos materiais usados pelos alunos nas aulas práticas e nas clínicas. O diretor antevê algumas medidas que poderão ser tomadas. “Cortaremos na equipe de limpeza. Hoje temos 10 pessoas e passaremos para cinco. Na manutenção de equipamentos, são três funcionários e vamos diminuir para dois. Isso representa uma perda na qualidade de serviço.”

A falta de investimento e os cortes sucessivos, na avaliação do diretor Henrique Pretti, levam ao sucateamento da estrutura. “A odontologia passa pelo aprimoramento e a evolução científica e tecnológica. Em oito anos, não adquirimos nenhum equipamento. A estrutura está sucateada. Não tem nada de ponta para oferecer aos alunos”, diz. Soluções paliativas têm sido adotadas pelos próprios professores, que trazem de clínicas particulares os equipamentos para que os alunos tenham contato com o que há de mais moderno na área.


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