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Estado de Minas

Colégio de BH tem a melhor nota da redação do Enem

Estado aparece com sete das 20 instituições mais bem colocadas no exame de 2013, além de ter o único colégio público nesse grupo de elite e a escola com melhor nota na redação


postado em 23/12/2014 06:00 / atualizado em 23/12/2014 07:08

Diretor de ensino do Bernoulli, Rommel Fernandes atribui desempenho a trabalho de professores, dedicação de alunos e adequação do material didático(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press24/9/13)
Diretor de ensino do Bernoulli, Rommel Fernandes atribui desempenho a trabalho de professores, dedicação de alunos e adequação do material didático (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press24/9/13)

Minas Gerais é polo de excelência quando o assunto é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), concentrando a maior quantidade de escolas (sete) no ranking das 20 melhores do país em 2013, consideradas as provas objetivas. Rio de Janeiro e São Paulo dividem a segunda posição, com quatro instituições cada um. No topo dos destaques de Minas está novamente o Colégio Bernoulli (unidade Lourdes), de Belo Horizonte, o segundo melhor do país, atrás apenas do Objetivo Colégio Integrado, de São Paulo. São também mineiras a única escola pública a integrar esse seleto grupo – o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (Coluni), na Zona da Mata – e a melhor nota da redação, que ficou nas mãos do Coleguium, outro da capital. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O desempenho dos alunos em cada uma das 14.715 escolas levou em consideração três categorias de indicadores. A primeira é a média do desempenho dos estudantes em cada uma das cinco áreas dos testes do Enem: ciências humanas; ciências da natureza; linguagens, códigos e suas tecnologias; matemática; e redação. A outra considera que percentual de alunos fez o exame. Mais uma novidade é a apresentação da média dos 30 melhores alunos de cada instituição. De acordo com o presidente do Inep, Chico Soares, a medida teve como objetivo permitir uma comparação mais equilibrada entre instituições de diferentes tamanhos.

É o caso do Colégio Bernoulli, cujo resultado impressiona não apenas por ser o segundo do país com a melhor nota nas provas objetivas do Enem, com 722,7 pontos, mas também pelo grande número de alunos participantes. Foram 300 estudantes, quantidade que, entre as instituições que ficaram com as 30 notas mais expressivas, foi superada apenas pelo Colégio Bandeirantes, de São Paulo, com 440 participantes, que ficou na 21ª colocação. O primeiro colocado, o Objetivo Integrado, levou apenas 44 alunos para o exame e chegou a 741,94 pontos.

Para o diretor de ensino do Grupo Bernoulli, Rommel Fernandes Domingos, o resultado demonstra um trabalho amadurecido, sobretudo por ser uma nota similar à do último exame, quando a instituição chegou a fazer 722,2 pontos. “São três aspectos que permitem esse desempenho: os estudantes, os professores e o material didático”, destaca o diretor. “Nossos alunos são muito dedicados e interessados em obter conhecimento, e isso é estimulado pela instituição. O corpo docente é qualificado e atualizado constantemente, o que é uma cobrança insistente nossa. Por fim, o material de estudo que usamos é produzido por nós e, por isso, reforça os pontos que acreditamos serem os mais importantes para os estudantes”, afirma.

Porém, para Domingos, o Enem deveria mudar sua maneira de ranqueamento. Ele considera que a atual forma privilegia instituições que fazem manobras para dimensionar seus alunos em endereços diferentes, reunindo os melhores e conseguindo, assim, bons resultados, mas que não traduzem a realidade de ensino da instituição. “Esse olhar crítico precisa ser levado em consideração, porque enquanto nossos 300 alunos fazem a prova, outras instituições reúnem menos de 100 pré-selecionados e com isso conseguem melhores notas”, critica. No ranking dos 20 melhores, somente oito escolas tiveram mais de 100 alunos participando da avaliação.

Outras duas novidades do resultado do Enem são as informações sobre o nível socioeconômico e a formação dos professores. O primeiro indicador é a média da renda dos alunos, distribuído em sete níveis (sete é o mais alto). Entre as 20 escolas de destaque do país, apenas três têm nível “alto”. As demais são todas “muito alto”. Chico Soares informou que “na análise de dados educacionais, é particularmente necessário descrever o contexto social dos alunos, que tem grande influência nos resultados”. O segundo indicador é a proporção de professores de cada escola que dá aula no ensino médio e tem formação adequada. Os dados são fornecidos pela própria instituição de ensino, por meio do Censo Escolar da Educação Básica.

Os dirigentes escolares tiveram prazo de 10 dias para entrar com recurso no Inep. Os dados são calculados para estabelecimentos de ensino que tenham matriculados, no mínimo, 10 concluintes do ensino médio regular seriado e 50% de alunos participantes do Enem. Os resultados foram divulgados preliminarmente para as escolas, em 1º de dezembro.

SUCESSO Já de férias, em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas, a estudante do Bernoulli Helena Cassino Thomaz, de 18 anos, destaca o clima das salas de aula como um ponto forte para ter ido bem no Enem. “Não há aquela cobrança massacrante sobre os alunos. Nós aprendemos com naturalidade e recebemos muita atenção dos professores, que inclusive nos deixam tranquilos para o Enem”, disse. A aluna ainda não recebeu sua nota total, mas considerou a prova fácil. “Estava dentro do que estudamos. Não senti qualquer dificuldade. Para falar a verdade, foi até abaixo do que esperava”, considera.

No ensino público, Minas também é referência no Enem. No ranking das 10 melhores médias nas provas objetivas, entre as escolas públicas, cinco são mineiras – todas da rede federal de ensino, técnico ou militar: o Coluni, da Universidade Federal de Viçosa (702,99); o Colégio Militar de Juiz de Fora (663,09), na Zona da Mata; o Coltec – Colégio Técnico da UFMG (660,80); o Colégio Militar de Belo Horizonte (659,42); e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), na Zona da Mata (653,35).

O campeão em redação


No topo do desempenho nas redações de todo o país, uma das unidades do Coleguium, de Belo Horizonte, alcançou a média 869, seguido pelo Colégio São Bento, do Rio de Janeiro, com 862,27 – ambos da rede particular de ensino. A escola mineira conquistou também a quinta posição entre as 10 melhores notas, com outra unidade, que abriga os ensinos fundamental e médio. A rede Coleguium tem 5 mil alunos, dos níveis fundamental e médio, e mantém unidades na região metropolitana e na Região Central de Minas, em Conceição do Mato Dentro.

A direção do colégio recebeu com alegria o resultado do Enem 2013. Para Daniele Passagli, é a “sensação de uma missão que vem sendo cumprida”. “Desde o ensino fundamental, acreditamos que nossos alunos precisam ler e escrever bem. Que precisam de prática e de acompanhamento. E trabalhamos nesse sentido, com dedicação e cuidados com a leitura e a produção de textos”, diz. Daniele também destaca a presença de monitores atentos às necessidades de cada estudante.

De acordo com a gerente pedagógica, o ensino de redação é separado do de português desde o 6º ano. Nas duas séries anteriores, há um horário específico para a produção de textos, além de projeto de escrita e reflexão a partir das notícias do mundo. Sobrecarga? “Inicialmente, os alunos têm um pouco de resistência, mas, com a prática, eles tomam gosto pelo estudo”, resume Daniele.


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