As escolas de Minas Gerais registraram queda nas matrículas na educação básica, que compreende desde a educação infantil ao ensino fundamental e médio, no ano passado. O número de alunos matriculados passou de 4.842.066, em 2012, para 4.783.117, em 2013, redução de 1,3%. A diminuição é vista como positiva por especialistas e pelo governo, pois reflete, entre outras razões, menor repetência e evasão dos alunos. Os dados são do Censo da Educação Básica 2013, divulgado nessa terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC). O país também registrou queda de 1% nas matrículas, de 50,5 milhões, em 2012, para 50,04 milhões, no ano seguinte.
O especialista em educação Carlos Roberto Jamil Cury, professor-adjunto da PUC Minas, afirma que a redução é uma tendência já identificada anteriormente. “Há uma questão demográfica, com a redução da fecundidade da população, mas também um esforço dos governos em pôr os alunos na escola na idade certa. A repetência e a evasão escolar estão diminuindo e o fluxo, se regularizando”, afirma o professor.
Em Minas, a redução foi puxada, principalmente, pelas escolas públicas, que diminuíram em 1,7% o número de matriculados, passando de 4.109.602 para 4.042.570. Já nas escolas privadas o aumento foi de 1,1%. “Houve melhoria nas condições da população brasileira, tanto pelo salário mínimo, quanto pela distribuição de renda, que pode ter relação com esse crescimento”, diz Jamil Cury.
Embora não haja dados regionais, as informações gerais mostram que a redução maior nas matrículas, de 2,8%, ocorreu nos anos finais do ensino fundamental. “O fluxo escolar está melhorando e o sistema se aperfeiçoando, é uma queda boa”, atesta o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares.
Para o ministro da Educação, Henrique Paim, a expansão do ensino integral é um dos grandes destaques do censo. Desde 2010 o número de matrículas em educação integral no ensino fundamental cresceu 139%, chegando a 3,1 milhões de estudantes. Somente no último ano o crescimento foi 45,2%. Apesar disso, os matriculados no ensino integral são minoria no Brasil e correspondem a apenas 3,1 milhões de alunos em todo o país.