(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas QUALIDADE INTERNACIONAL

UFMG é incumbida pelo MEC de montar universidade pública em São Tomé e Príncipe

Projeto começa a ser definido semana que vem, quando equipe africana chega a Minas


postado em 06/06/2013 06:00 / atualizado em 06/06/2013 06:45

Uma das ações da Federal mineira é a criação do Centro de Estudos Internacionais, que deverá ficar pronto em 15 meses no câmpus Pampulha(foto: UFMG/Divulgação)
Uma das ações da Federal mineira é a criação do Centro de Estudos Internacionais, que deverá ficar pronto em 15 meses no câmpus Pampulha (foto: UFMG/Divulgação)
De um jeito bem mineiro, quietinho e cauteloso, as atividades desenvolvidas em Belo Horizonte começaram a ganhar novos rumos e alcançar além-mar. Hoje, em se tratando de África, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é referência. E, por causa disso, ganhou missão vinda de Brasília. A pedido do Ministério da Educação (MEC), a instituição foi incumbida de criar uma universidade pública em São Tomé e Príncipe. A iniciativa vai ajudar o país, um arquipélago na costa ocidental do continente africano, a cumprir metas para dar um salto na educação, até 2021. Uma delas é aumentar para 50% o atual índice de 10% dos jovens com mais de 20 anos que têm acesso ao ensino superior. O MEC confirmou ontem que o pedido ao reitor da UFMG para criar a universidade em São Tomé e Príncipe foi feito pelo próprio ministro Aloizio Mercadante, estando o ministério aguardando os entendimentos para prosseguir as ações de cooperação.


A UFMG foi encarregada de começar já a fazer o projeto e identificar meios de financiamento. Ainda não se sabe se a universidade mineira será responsável apenas pela estruturação pedagógica ou também pela física. Detalhes serão acertados na semana que vem, quando chega a BH missão de São Tomé e Príncipe para discutir a questão, estudar a infraestrutura física, definir as áreas prioritárias para investimento e recursos para financiamento e humanos. O reitor da UFMG, Clélio Campolina, acredita que, inicialmente, deverão ser criados cursos nas áreas de saúde, engenharia e educação.

São Tomé e Príncipe tem hoje apenas uma universidade particular e dois institutos superiores, um público e o outro privado. Segundo o Ministério da Educação, Cultura e Formação do país, o ensino superior absorve 46,8% do total de recursos da educação. O maior gasto é com o financiamento de bolsas de estudantes no exterior, que absorve 37,4% do orçamento .

“Não sabemos o que temos condições de fazer do ponto de vista de obras físicas. O conteúdo acadêmico também será decidido com professores qualificados e de acordo com as necessidades do país. Os cursos iniciais, seguramente, serão aqueles necessários para qualquer sociedade em níveis de desenvolvimento básico, mas a escolha será deles”, afirma Clélio Campolina. Ele ressalta que não será instalado um câmpus da UFMG em território africano. O papel da instituição mineira é ajudar na criação de uma universidade pública. “Isso é resultado de um processo de presença, da qualidade do desempenho da UFMG e da experiência recente com a África”, destaca o reitor.

Angola

Entre as ações que já estão em andamento na África, o curso de doutorado na área de educação, criado pela UFMG em Angola, é um dos destaques. Com o programa de combate à anemia falciforme em quatro países, financiado pela Agência de Cooperação do Itamaraty, a Federal estreitou as relações com universidades e governos africanos. Outro ponto forte é a criação do Centro de Estudos Africanos, que será reinaugurado na semana que vem no câmpus Pampulha.

O evento ocorrerá durante encontro da Associação de Universidades de Língua Portuguesa (Aulp), de domingo a terça-feira, no câmpus Pampulha. A expectativa é de que participem 400 reitores, autoridades da área de educação e pesquisadores dos países integrantes da associação.

A força da pesquisa

Depois dessa primeira reunião na capital, será a vez de professores da UFMG viajarem para São Tomé para avaliar as condições locais, ampliar a discussão com o governo e a comunidade e, a partir daí, definir um cronograma de ações. Uma das incógnitas é se o governo brasileiro vai contribuir financeiramente com o projeto e qual é a disponibilidade de recursos daquele país. Outra possibilidade é a vinda de professores são-tomenses a BH para serem capacitados.

A UFMG vai começar um novo movimento para que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), também responsável pela implantação ao lado do MEC, abra um novo edital, específico para programas de ensino em conjunto, o que vai facilitar a cooperação entre os dois países.

O reitor acredita que a escolha da UFMG para conduzir a missão tem a ver com o trabalho da instituição na Associação de Universidades de Língua Portuguesa (Aulp), da qual ele já foi presidente e, hoje, é o vice. Campolina relata que os acordos ganharam força depois da aprovação do Programa Internacional de Apoio à Pesquisa e ao Ensino (Piape), aprovado pelos reitores numa reunião em Portugal.

Por meio dele, conseguiu-se viabilizar o lançamento do edital Pró-Mobilidade Internacional, com o objetivo de incentivar o intercâmbio entre professores e alunos das instituições que fazem parte da Aulp. Dos 56 projetos apresentados por 22 universidades brasileiras, 44 foram aprovados. A maior parte deles, 13, são da UFMG, que havia inscrito 16 propostas (30% do total).

MEMÓRIA: Portas abertas para o mundo

Mês passado, o Estado de Minas mostrou que a UFMG vai investir pesado na internacionalização, outro passo para figurar entre as melhores instituições de ensino superior do mundo. Ela vai construir o próprio Centro de Estudos Internacionais, estimado em R$ 20 milhões. A obra ficará pronta em, no máximo, 15 meses. O prédio vai abrigar cinco centros – chineses, europeus, africanos, indianos e da América Latina – e há espaço ainda para mais um. O núcleo africano já tem atividades em curso e o europeu foi inaugurado em 17 de maio. Além de intensificar os programas de intercâmbio na graduação, haverá investimento forte em pesquisa e incentivo a quem quiser estudar assuntos relacionados a esses núcleos. A expectativa é de aumentar ainda o número de alunos, professores e pesquisadores estrangeiros no câmpus.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)