A possibilidade de ter acesso ao conhecimento e à informação a um ou dois toques encanta jovens e adultos. Com tablets à mão, é possível organizar calendários, ver e-mails, entrar em redes sociais, consultar a internet, ler e até jogar. Mas justamente no ambiente em que os primeiros conceitos científicos são ensinados — as escolas —, educadores e estudantes travam os maiores debates sobre a incorporação dos equipamentos. A eficiência deles na rotina e a melhor maneira de incorporá-los ainda são motivo de pesquisa e estudo. A unanimidade está na ideia de que a tecnologia não pode mais ser deixada longe da sala de aula.
Há um ano, pelo menos três colégios particulares do Distrito Federal tomaram a dianteira e elaboraram formas diferentes de inserir o computador portátil no cotidiano escolar. Depois de um período de testes e avaliações, a conclusão da maioria das instituições e de especialistas é de que os equipamentos são recursos importantes, mas ainda não influenciam diretamente o desempenho final dos estudantes. Nesse caso, não seriam decisivos para a aprendizagem. As escolas públicas estão um passo atrás no uso das tecnologias. A rede sob responsabilidade do governo deu início aos projetos de modernização neste ano (leia na página 20).
No Colégio Marista, a direção preferiu trabalhar com uma turma piloto em 2012, no 1° ano do ensino médio. Ao mesmo tempo, criou uma forma de controle para comparar os resultados. Durante o período avaliado, os estudantes do primeiro grupo receberam um tablet da escola. O equipamento ficou sob os cuidados dos adolescentes. Os professores tinham uma porcentagem mínima de uso do tablet a alcançar. O outro grupo teve aulas com o mesmo corpo docente, mas no modelo tradicional.
Motivação, resultados, notas, disciplinas e outros aspectos passaram a ser analisados com mais cautela e reuniões periódicas foram marcadas com pais, alunos e professores. “Não houve impacto negativo nem positivo no desempenho dos alunos. As duas turmas terminaram o ano com notas similares”, avalia a diretora educacional do colégio, Andrea Studart.
Em 2013, a instituição decidiu reorganizar o projeto. Agora, os aparelhos ficam na instituição e qualquer mestre interessado pode levá-los para a sala de aula, seja qual for a turma ou o ano. “O foco é o professor e não mais o aluno, como em 2012. Todos eles estão fazendo cursos semipresenciais de letramento digital, porque percebemos que toda a responsabilidade recai sobre eles”, explica Andrea. O Marista comprou 80 tablets para emprestar aos alunos. Alguns usam os pessoais. No total, a escola investiu R$ 900 mil desde 2011 com estrutura física, equipamentos e capacitação dos profissionais.
Professor de biologia do Marista, Lúcio Bravin apoia o uso do aparelho como um diferencial do livro didático. Para isso, no entanto, o docente precisa dispensar mais tempo para cada aula. “Rotina, disposição física da sala e planejamento mudam muito. Você tem que refazer aulas que estavam prontas há tempos com outra modelagem. Além disso, tem de perceber quando o quadro é mais eficiente”, diz.
Em sociologia, o professor Leandro Grass, da mesma escola, encontra alternativas para apresentar conteúdos com os dispositivos móveis. “Exige mais criatividade, mas, com ela, temos recursos para usar em qualquer assunto. E ganhamos tempo. Podemos fazer pesquisas bibliográficas nas salas.” Cesar Berçott ensina geografia no Maristão. Para ele, o grande mérito é o debate em ambiente escolar. “O aluno checa um site e nos confronta. Isso muda a forma como ele te vê e é genial”, comemora.
Informação
A figura do professor muda diante do discípulo, inclusive a relação entre eles, aponta o diretor dos cursos de Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília (UCB) e estudioso do uso de novas tecnologias na educação Fernando Goulart. “O educador precisa transformar o cotidiano em sala de aula e tornar o aluno parte do processo. O conteúdo está disponível na internet. Se o orientador não for bem treinado, o estudante termina sobrecarregado de informação”, revela. Goulart defende que recursos multimídias precisam acrescentar algum tipo de emoção para tornar o conteúdo atraente.
Há um ano, pelo menos três colégios particulares do Distrito Federal tomaram a dianteira e elaboraram formas diferentes de inserir o computador portátil no cotidiano escolar. Depois de um período de testes e avaliações, a conclusão da maioria das instituições e de especialistas é de que os equipamentos são recursos importantes, mas ainda não influenciam diretamente o desempenho final dos estudantes. Nesse caso, não seriam decisivos para a aprendizagem. As escolas públicas estão um passo atrás no uso das tecnologias. A rede sob responsabilidade do governo deu início aos projetos de modernização neste ano (leia na página 20).
No Colégio Marista, a direção preferiu trabalhar com uma turma piloto em 2012, no 1° ano do ensino médio. Ao mesmo tempo, criou uma forma de controle para comparar os resultados. Durante o período avaliado, os estudantes do primeiro grupo receberam um tablet da escola. O equipamento ficou sob os cuidados dos adolescentes. Os professores tinham uma porcentagem mínima de uso do tablet a alcançar. O outro grupo teve aulas com o mesmo corpo docente, mas no modelo tradicional.
Motivação, resultados, notas, disciplinas e outros aspectos passaram a ser analisados com mais cautela e reuniões periódicas foram marcadas com pais, alunos e professores. “Não houve impacto negativo nem positivo no desempenho dos alunos. As duas turmas terminaram o ano com notas similares”, avalia a diretora educacional do colégio, Andrea Studart.
Em 2013, a instituição decidiu reorganizar o projeto. Agora, os aparelhos ficam na instituição e qualquer mestre interessado pode levá-los para a sala de aula, seja qual for a turma ou o ano. “O foco é o professor e não mais o aluno, como em 2012. Todos eles estão fazendo cursos semipresenciais de letramento digital, porque percebemos que toda a responsabilidade recai sobre eles”, explica Andrea. O Marista comprou 80 tablets para emprestar aos alunos. Alguns usam os pessoais. No total, a escola investiu R$ 900 mil desde 2011 com estrutura física, equipamentos e capacitação dos profissionais.
Professor de biologia do Marista, Lúcio Bravin apoia o uso do aparelho como um diferencial do livro didático. Para isso, no entanto, o docente precisa dispensar mais tempo para cada aula. “Rotina, disposição física da sala e planejamento mudam muito. Você tem que refazer aulas que estavam prontas há tempos com outra modelagem. Além disso, tem de perceber quando o quadro é mais eficiente”, diz.
Em sociologia, o professor Leandro Grass, da mesma escola, encontra alternativas para apresentar conteúdos com os dispositivos móveis. “Exige mais criatividade, mas, com ela, temos recursos para usar em qualquer assunto. E ganhamos tempo. Podemos fazer pesquisas bibliográficas nas salas.” Cesar Berçott ensina geografia no Maristão. Para ele, o grande mérito é o debate em ambiente escolar. “O aluno checa um site e nos confronta. Isso muda a forma como ele te vê e é genial”, comemora.
Informação
A figura do professor muda diante do discípulo, inclusive a relação entre eles, aponta o diretor dos cursos de Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília (UCB) e estudioso do uso de novas tecnologias na educação Fernando Goulart. “O educador precisa transformar o cotidiano em sala de aula e tornar o aluno parte do processo. O conteúdo está disponível na internet. Se o orientador não for bem treinado, o estudante termina sobrecarregado de informação”, revela. Goulart defende que recursos multimídias precisam acrescentar algum tipo de emoção para tornar o conteúdo atraente.