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Estado de Minas

Cerca de 70% das escolas particulares mineiras trocam os quadros negros por recursos multimídia

Cerca de 70% das escolas particulares mineiras estão totalmente equipadas com recursos multimídia. Quadros, provas, chamadas, boletins e recados aos pais já são virtuais


postado em 09/02/2013 00:12 / atualizado em 09/02/2013 06:12

A sala de aula não é mais a mesma. O quadro negro e o giz saem de cena para dar espaço a imagens que “pulam” da tela, num simples toque. Supercâmeras ampliam fotografias tantas vezes que detalhes parecem estar ao alcance das mãos. O jogo de perguntas e respostas imita programas de auditório e, por meio de um mouse diferente, os alunos escolhem entre o certo e o errado. É a tecnologia entrando com tudo no aprendizado para dar conta da geração Y, os adolescentes antenados capazes de se dedicar a várias atividades ao mesmo tempo e adeptos da era multimídia.


Ferramentas modernas se tornam grandes aliadas dos professores para manter a atenção dos estudantes e invadem as escolas particulares e públicas de Belo Horizonte. O investimento bate também à porta dos colégios da rede estadual de ensino, onde cada professor receberá, este ano, um tablet com a promessa de revolucionar os trabalhos em sala.

 A tecnologia chega com força total para apoiar as aulas pedagógica e didaticamente. Segundo o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), 100% dos colégios particulares – são 1,5 mil sindicalizados só na Grande BH – têm o básico: um bom laboratório de informática. Cerca de 70% das escolas no estado vão além, com salas completamente equipadas com recursos multimídia de ponta. Prova de que a modernização entrou de vez para a vida acadêmica é o fato de as escolas já preverem em suas planilhas de custo gastos de até 12% com o investimento em tecnologia.

“A tendência é de uso cada vez maior da tecnologia como ferramenta de trabalho para os professores. E isso não tem volta, porque hoje os nossos alunos não suportam mais uma aula tradicional”, avalia o presidente do sindicato, Emiro Barbini. Mas pondera: “Claro que isso varia para cada escola e deve-se ter um cuidado grande, pois a tecnologia não é o agente principal, e sim o educador, cuja importância é insubstituível”.

Na onda da modernização está o Colégio Padre Eustáquio, na Região Noroeste de BH. Uma das atrações entre os alunos é o “votador”. Os estudantes marcam, no mouse sem fio inspirado nos programas de auditório, as alternativas que julgam corretas em questões de múltipla escolha de avaliações e jogos. As respostas aparecem na lousa e isso permite ao professor discutir com a turma os erros e acertos. Já a max câmera permite captar imagens dos livros e ampliá-las muitas vezes mais num projetor, com alta definição e sem perda de qualidade.

As correções de provas também ganharam mais agilidade. O sistema de cartão de gabarito permite que um software leia as respostas e gere, além da pontuação final, um relatório destacando habilidades e conteúdos que se precisa trabalhar. Este ano, os professores serão treinados para usar os tablets com os alunos a partir de 2014. Pesquisas na internet e aulas a distância com vídeo serão algumas das funcionalidades do trabalho em sala de aula.

Aluno do 3º ano do ensino médio, Diego Augusto dos Santos Baião, de 16 anos, sente a diferença em relação às aulas tradicionais. “Estou numa fase de pressão do vestibular, com aulas mais pesadas, e há uma época em que elas ficam chatas mesmo. Gosto de aprender e esse tipo de aula é um alívio, por causa da interatividade. Além de ter o professor me questionando, tenho um efetivo tecnológico me incentivando a olhar para aquilo”, relata.

COMUNICAÇÃO No Colégio Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, os professores trabalham com a lousa interativa desde a educação infantil. Seja ajudando os pequenos a descobrir o significado das palavras ou os alunos de séries mais avançadas a compreender os segredos da geometria ou da rotação da Terra, a lousa permite guardar e retomar raciocínios. A novidade deste ano é a implantação de um sistema pelo qual o estudante poderá acessar de casa a biblioteca com acervo de  livros digitais. “O aluno é um nativo digital e não mais um ouvinte passivo. Ele desenvolve a lógica o tempo todo e temos de ir ao encontro desse perfil de estudante”, afirma a diretora educacional da escola, Regina Celi Folsta.

A comunicação com o professor é em tempo integral. É possível enviar trabalhos e avaliações pela internet e ter a correção e a nota logo na sequência. Acabou também a era dos bilhetinhos não entregues, das faltas não justificadas e dos boletins escondidos. Agora, recados e notas são repassados diretamente aos pais por esse mesmo sistema de comunicação. Até o diário de presença passou a ser eletrônico e os pais acompanham, também de casa, a frequência dos filhos.

Os irmãos Camila e Frederico Oliveira Caldeira, de 10 e 13 anos, são defensores da modernidade. A menina, aluna do 5º ano do ensino fundamental, espera que, em breve, a lousa digital seja usada em todas as aulas. “A escola está ficando muito moderna. A aula fica mais interessante”, afirma. Para Frederico, do 7º ano, copiar texto é melhor no quadro tradicional, mas matéria só na lousa interativa. “Gosto de tecnologia. Tenho tablet, computador, celular, internet em qualquer lugar. A escola tem que se modernizar também”, diz.


DAQUI PARA O FUTURO: CIDADANIA E TECNOLOGIA
Escolas que não investirem em tecnologia ficarão para trás, na opinião da orientadora de tecnologia educacional do Colégio Padre Eustáquio, Maria Esperança de Paula. “Hoje as crianças já nascem envolvidas no mundo da tecnologia. Com 2 ou 3 anos, sabem manusear tablets, dão conta de clicar com mouse. A escola que tem compromisso com a formação de cidadania não tem como sair disso”, afirma. O colégio criou o departamento de tecnologia educacional para oferecer aos professores e equipe pedagógica condições para desenvolver conteúdos e projetos e melhorar aulas e oficinas. “Isso tudo possibilita estratégias pedagógicas que ajudam na compreensão do conteúdo e torna disponível a linguagem a que o aluno tem acesso”, diz Maria Esperança.
 


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