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Estado de Minas

Candidatos ao vestibular esperam resultado do Enem e passam Natal no meio dos livros

Estudantes que aguardam a divulgação do resultado do Enem e se preparam para a segunda etapa da UFMG deixam de lado as comemorações e mergulham nos estudos


postado em 26/12/2012 00:12 / atualizado em 27/12/2012 10:02

Flávia Ayer

 

Marcela Sá, fará vestibular para medicina:
Marcela Sá, fará vestibular para medicina: "Manter o foco fica cada vez mais difícil, pois há muita distração à nossa volta" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. )

O que se espera do Natal? Normalmente, confraternização, alegria, esperança. Pois para os 4,1 milhões de candidatos à espera do resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dessa combinação natalina, só restou tempo para a esperança, além de muito estudo e ansiedade. Como as notas do Enem, principal porta de entrada para o ensino superior no país, estão previstas para serem divulgadas apenas sexta-feira, dia 28, estudantes estão de castigo no período das festas de fim de ano, grudados nos livros e apostilas. Na ponta do lápis, são quase dois meses de incerteza desde a aplicação das provas em 3 e 4 de novembro. A agonia é maior ainda para os 60.264 candidatos que concorrem a uma vaga na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que usa o exame como primeira etapa do vestibular.

Sem o resultado, também não há como se planejar e o jeito é tentar conciliar as festividades mantendo a disciplina nos estudos. Passado o Natal e seguindo o conselho dos professores, a candidata ao curso de arquitetura e urbanismo Vanessa Del Papa de Lacerda, de 18 anos, não vai desgrudar do computador para conferir se o Ministério da Educação (MEC) vai liberar as notas antecipadamente. “Acredito que o resultado poderia ter saído antes do Natal, pois muitos dos que estão fazendo cursinho e estudando diariamente não têm certeza se passaram para a segunda etapa. Isso pouparia desgaste, tempo e preocupação”, comenta.

Empenhada em conquistar uma vaga na UFMG, para Vanessa, que concluiu este ano o 3º ano do ensino médio, são sete dias úteis por semana e o tempo de descanso é cronometrado. “Estudo diariamente, fazendo uma revisão focada nas matérias que acredito não ter dominado ou nas que tenho mais dificuldade”, conta, confessando que se concentrar em meio a um momento tão festivo não é tarefa fácil. “É estranho estudar nestes dias, mas a menos de um mês da segunda etapa da UFMG acho importante tentar manter um ritmo de estudo, e, dentro do possível, aproveitar as celebrações”, completa.

Na casa da estudante Marcela Sá, de 17, candidata ao curso de medicina, a árvore de Natal está ao fundo da mesa de estudos. Para ela, a proximidade com o fim do ano, depois de 12 meses de dedicação, só faz aumentar o cansaço. “Manter o foco fica cada vez mais difícil, pois há muita distração à nossa volta. Muitos colegas sabem que não têm como passar e ficam saindo, indo passear”, conta Marcela, que se divide entre as aulas do cursinho preparatório para a segunda etapa e os exercícios em casa, num total de mais de 12 horas de estudos por dia. “No meu caso, acertei um número de questões que não dá para ter certeza da aprovação, por isso, estou numa expectativa ainda maior”, diz.

GASTOS E, se não bastasse o desgaste emocional, estudantes têm gastado bastante dinheiro na tentativa de se preparar melhor para a segunda etapa do vestibular, mesmo sem saber se foram aprovados. É o caso de Pedro Henrique de Leite de Castro, de 17, que sonha em conquistar uma cadeira no curso de direito da UFMG. Entre aulas de geografia e filosofia, além de cursinho preparatório para a segunda etapa, ele já pagou R$ 1,7 mil. “Tomara que não seja um investimento perdido. Estamos estudando sem ter certeza do resultado há dois meses”, diz Pedro, que não abriu mão dos livros nem mesmo na segunda e terça-feira, mas nem por isso deixou de fazer pedido para o Papai Noel. “O presente poderia vir lá para 25 de janeiro, com uma aprovação na UFMG”, brinca.

A divulgação tardia do resultado do Enem não alterou apenas a rotina dos estudantes, mas de toda a família. Mãe de Mariana, candidata ao curso de direito, a professora Maria Emília Santana Costa, de 51, não programou absolutamente nada, nem para o Natal nem para o réveillon. “Nem estava sabendo que dia era Natal”, conta. O marido dela mora na Itália e a família não pode planejar uma viagem. “Queria viajar, mas por causa do resultado não tivemos condição de sair daqui. Nunca havia passado por isso, pois a Mariana é filha única. Essa proximidade com as festas de fim de ano só aumenta o estresse”, opina.

 

Leilão de vagas
Além de ser primeira etapa em diversos vestibulares no país, com a nota do Enem, estudantes podem participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC). Trata-se de um leilão de vagas nas principais instituições de ensino superior do país. O Sisu ocorre duas vezes por ano, sempre no início do semestre letivo. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a maior do estado, ainda não aderiu ao sistema. Na instituição, o Enem vale como primeira etapa. A segunda etapa está marcada para o período de 13 a 20 de janeiro. Dos mais de 60 mil inscritos, somente um terço será convocado a fazer as provas.


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