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Estado de Minas

MG pode contratar professor substituto para reduzir prejuízos causados por greve


postado em 08/08/2011 06:39 / atualizado em 08/08/2011 07:19

"É muito complicada essa situação. Imagine, ficar dois meses sem estudar?" - Luana Reis Leme (ao centro), que fará o Enem no fim do ano e tenta estudar em casa com os pais (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A greve dos professores da rede estadual completa nesta segunda-feira 62 dias em meio à reação de pais, alunos e governo para tentar garantir a volta as aulas e minimizar o prejuízo a estudantes. A Secretaria de Educação deve anunciar até terça-feira medidas voltadas para alunos do ensino médio. Entre elas, pode estar a contratação de professores substitutos, informou no domingo a secretária estadual de Educação, Ana Lúcia Gazzola. “Estamos estudando toda a situação, com consultas jurídicas e fazendo o mapeamento da rede de ensino para garantirmos a tranquilidade dos estudantes. A paralisação afeta o ensino médio, principalmente os alunos do 3º ano. Esse aspecto nos traz grande preocupação, já que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai ser daqui a dois meses e é a porta de entrada para o vestibular”, disse.

Até sexta-feira, de acordo com a secretária, a paralisação afetava apenas 86 das 3.779 escolas da rede estadual de ensino, enquanto outras 600 unidades apresentavam diferentes níveis de paralisação, com tendência maior para o retorno às salas de aula. “Faremos tudo o que a lei nos permitir para garantir a recomposição do ano letivo, que é de 200 dias.”, afirmou Ana Lúcia. Ela classificou a postura do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute/MG) nas negociações como “intransigente” e avaliou que a greve é “nitidamente política, feita para causar constrangimento ao governo”.

Ao mesmo tempo, pais e alunos se mobilizam pela volta às aulas. Nesta segunda, está prevista para as 18h manifestação em Contagem, na Grande BH, para exigir os direitos dos estudantes. Odair Pimenta, de 29 anos, que lidera o movimento, diz que o objetivo é mostrar que os alunos têm direito a ter aulas e não podem ficar tanto tempo sem frequentar a escola. “Queremos uma atitude para acabar com essa greve. Estamos nos sentindo reféns da situação e o prejuízo será todo nosso, se nada for feito”, reclama. O evento também é apoiado pela Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais (Fapaemg), que, na última sexta-feira, recorreu à Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público para que uma medida judicial seja tomada (leia mais abaixo). Alunos do terceiro ano do ensino médio do Instituto de Educação de Minas Gerais, no Bairro Funcionários, também prometem para esta segunda-feira manifestação pela volta às aulas.

Problemas

O cenário de greve complica a vida de vários estudantes em todo o estado. Luana Reis Lemes, de 17 anos, que pretende trilhar um caminho rumo à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é uma delas. Aluna do Instituto de Educação, ela fica em casa e tenta ler aquilo que aprendeu há mais de dois meses. No fim do ano, ela vai fazer o Enem para tentar garantir a tão sonhada vaga na UFMG. “É muito complicada essa situação. Mesmo quando temos aula, a competitividade com os alunos de escolas particulares para conseguir uma vaga em uma universidade pública é muito difícil para nós. Imagine, ficando dois meses sem estudar?”, pergunta.

Situação parecida vive a estudante Jordana Patrícia de Paiva, de 17, que também está no último ano do ensino médio no Instituto de Educação e vai tentar o Enem no fim do ano. Ela quer fazer o curso de análise e desenvolvimento de sistemas em uma faculdade particular com bolsa do Programa Universidade Para Todos (Prouni). “Não consigo mudar de escola porque faltam muitas notas. Se for para uma escola particular, além de apertar no orçamento, vou perder a chance da bolsa no Prouni”, reclama.

A falta de aulas de Rafaela Estevão de Jesus, de 10 anos, aluna do quinto ano do ensino fundamental na Escola Estadual Afonso Pena também preocupa a mãe dela, Cláudia Maria de Jesus Oliveira, de 30 anos. Para não deixar a filha perder a motivação, Cláudia tenta mantê-la ocupada. “Sempre que posso gosto de rever a tabuada com ela, mas não é o bastante. A leitura também é um hábito que ela adora” conclui. (Colaborou Gustavo Werneck)


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