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Estado de Minas

Goleiro está diante de sua mais importante defesa

Denunciado por seu ex-braço direito como mandante do crime, jogador está acuado. Advogado fala em contradições de Macarrão e diz que cliente ficou decepcionado


postado em 23/11/2012 06:00 / atualizado em 23/11/2012 07:10

Depois da reviravolta provocada no processo pelas declarações de Macarrão, os advogados do atleta ainda estudam alguma estratégia que possa beneficiá-lo(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)
Depois da reviravolta provocada no processo pelas declarações de Macarrão, os advogados do atleta ainda estudam alguma estratégia que possa beneficiá-lo (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)

Diante do contra-ataque da promotoria, o goleiro Bruno Fernandes de Souza vai precisar da maior defesa de sua vida para conseguir escapar da acusação de ter matado a ex-amante Eliza Samudio. Ontem, na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Grande BH, o goleiro recebeu a visita de três advogados e foi informado por seu principal defensor, Lúcio Adolfo da Silva, sobre o teor das declarações de Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Dizendo que o jogador reagiu com decepção, o defensor criticou a postura do ex-braço direito de Bruno e deu a entender que pode explorar as contradições do réu em defesa de seu cliente.

“O Macarrão está com a sexta versão no processo. Você vai acreditar em qual? Ninguém acreditava antes nele. Ele era um criminoso, sequestrador, mantinha gente em cárcere privado, era assassino. De uma hora para outra virou santo e todo mundo está acreditando”, ironizou Lúcio Adolfo. Apesar da reação de Bruno, ele disse que tentou explicar a posição de Luiz Henrique ao apontar o goleiro como o mandante do assassinato de Eliza. “Eu disse para o Bruno entender que no momento Macarrão estava sozinho no banco dos réus, abandonado, pressionado, e que o depoimento foi resultado de uma barganha feita dentro do plenário, que não merece crédito. Houve uma tramoia do Ministério Público”, disse Lúcio Adolfo, que recebeu uma cópia digitalizada do processo na quarta-feira.

Apesar de argumentar a favor de seu cliente com as várias versões apresentadas por Macarrão sobre o episódio, o advogado disse ter lido apenas 129 das quase 16 mil páginas do processo e acrescentou que ainda não sabe por onde começará sua estratégia de defesa. Ele tem 103 dias para estudar o caso, enquanto seus diversos antecessores tiveram dois anos e meio para ler e reler os 64 volumes.

Depois da reviravolta provocada no processo pelas declarações de Macarrão, os advogados do atleta ainda estudam alguma estratégia que possa beneficiá-lo. “Não vamos antecipar teses. Não quer dizer que vai haver mudança de defesa, mas vai haver mudança de interpretação do processo. Os reflexos das declarações de Macarrão serão analisados depois de terminar o julgamento dele”, disse outro defensor de Bruno, Tiago Lenoir, acrescentando que a versão apresentada por Luiz Henrique contradiz a denúncia do Ministério Público, o que pode beneficiar Bruno.

Por outro lado, a assistência de acusação aposta na condenação de Bruno depois do que Macarrão disse. “O que a gente tinha como prova foi ratificado por Macarrão. Acho que a defesa de Bruno não tem mais onde se agarrar”, acredita o advogado Cidnei Carpinski. “O interrogatório na Justiça é um ato de defesa e Macarrão não podia ficar sozinho nessa. Ele deixa clara a sua participação, que é provada e comprovada nos autos. Os telefonemas que Macarrão deu para Bola no dia do crime, a presença dele na cena do crime, isso tudo vai ser provado diante dos jurados”, disse Cidnei.

Mas ele pondera que o réu disse menos do que sabe. “Não temos dúvidas de que Macarrão continua mentindo. Ele falou aquilo que era interessante para ele. Agora, existem outras provas que contrariam essa situação. Não é somente a palavra de Macarrão dizendo que Bruno foi o mandante que vai sustentar uma condenação do goleiro, mas as provas que estão nos autos, juntamente com essa confissão”, disse.

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