OS DETALHES DIVERSOS DE UMA MANEIRA DESAPARECIDA DE VIVER SÃO A ÚNICA MANEIRA DE PERSEGUIR A CATÁSTROFE
SVETLANA ALEXIEVICH
NOBEL DE LITERATURA 2015,
AUTORA DA OBRA-PRIMA VOZES DE CHERNOBYL
Em outubro, quando Svetlana Alexievich foi anunciada a vencedora do Nobel de Literatura de 2015, assim a academia sueca apresentou Vozes de Chernobyl, o mais celebrado livro da escritora e jornalista bielorrussa: “É uma obra polifônica, monumento do sofrimento e da coragem do nosso tempo”. Na publicação de 1997, Svetlana reuniu depoimentos dos que sobreviveram ao terrível desastre nuclear ocorrido em 1986. Inspirado no trabalho da bielorrussa, o Estado de Minas escalou os repórteres Alexandre Guzanshe, Fred Bottrel, Daniel Camargos, Márcia Maria Cruz e Pedro Rocha Franco para revisitar o local da tragédia ocorrida na tarde de 5 de novembro após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco (empresa controlada por duas gigantes do setor, a brasileira Vale e a australiana BHP).
Durante duas semanas, os jornalistas do EM mergulharam nas histórias de sobreviventes para apresentá-las em textos e vídeos. Gente que perdeu gente, gente que perdeu bens materiais, gente que perdeu as referências do passado, gente que ganhou traumas e cicatrizes. Neste caderno especial, a palavra não está com autoridades nem com especialistas. Quem fala em Vozes de Mariana são brasileiros anônimos, vítimas do descaso criminoso. Douglas, Edinaldo, Geraldo, José Pascoal, Leonardo, Leontina, Marcelo, Marcos, Maria do Carmo, Marinalva, Miriam, Nívia, Onézio, Pamela, Paula, Sandra, Zezinho. Porque eles, e tantos outros, não podem ser vítimas também do silêncio. (Carlos Marcelo Carvalho)
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O diabo que fez isso
Maria do Carmo
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Vai ficar na memória o que a gente tinha
José do Nascimento
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Uma vida não tem preço
Geraldo da Silva
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O lugar não dá mais nada
José Pascoal
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Isso aqui vai virar uma poeira só
Edinaldo da Silva
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A nossa história não pode acabar no dia cinco
Paula Geralda Alves
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Aqui em Mariana os meninos ficam presos
Nívea da Silva
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Quando vi todo mundo quietinho, disse: Corre, gente!
Mírian Carvalho
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Puxava minha mãe, que puxava meu primo
Marcos Júnio de Souza
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Demorei anos para fazer minha casinha
Marinalva Salgado
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As pessoas estavam estarrecidas
Leonard Farah
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Só não perdi minha família e a fé em Deus
Leontina Marcelino
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Eu salvaria meu cachorro, porque ele é vida
Onézio Souza
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O pessoal tinha esse pesadelo
Sandra Quintão
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A última coisa que tive da minha filha foi um beijo, um abraço e nada mais
Pamela Rayane
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Na hora, eu perguntava: Vocês viram minha mãe?
Marcelo José Felício- VINHETA
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