Câmeras de segurança com IA podem prevenir crimes? Conheça a tecnologia
Sistemas inteligentes que analisam comportamento e detectam atividades suspeitas em tempo real são a nova aposta para aumentar a segurança nas cidades
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Em meio ao debate contínuo sobre segurança pública no Brasil, uma nova geração de tecnologia ganha destaque: sistemas de vigilância com inteligência artificial (IA) que prometem agir antes que o crime aconteça. Em cidades como São Paulo, a implementação de câmeras inteligentes já resultou na captura de mais de mil foragidos, sinalizando uma mudança de paradigma no combate à criminalidade.
Diferente dos equipamentos tradicionais, que apenas gravam imagens para análise posterior, as câmeras com IA funcionam como vigilantes ativos, 24 horas por dia. Elas auxiliam o monitoramento humano, que pode se tornar desafiador ao acompanhar dezenas de telas simultaneamente, automatizando a detecção de anormalidades.
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Esses sistemas são treinados para identificar padrões e anomalias. Softwares analisam o fluxo de imagens em tempo real em busca de comportamentos considerados suspeitos ou fora do comum, indo muito além do simples reconhecimento facial, que já é uma realidade em muitos locais.
Como a inteligência artificial funciona na prática
A tecnologia é capaz de aprender o que é um comportamento normal para uma determinada área e, a partir disso, identificar desvios. A IA pode ser programada para disparar alertas automáticos em diversas situações, como:
Atitudes suspeitas: pessoas rondando o mesmo local por tempo prolongado ou espreitando carros e residências.
Aglomerações repentinas: formação de multidões ou tumultos que possam indicar o início de uma briga ou arrastão.
Objetos abandonados: detecção de malas ou pacotes deixados para trás em locais de grande circulação, como estações de metrô e aeroportos.
Invasão de perímetro: alertas quando alguém entra em uma área restrita ou em horários não permitidos.
Ao detectar uma ameaça em potencial, o sistema emite um aviso instantâneo para uma central de monitoramento ou diretamente para as forças de segurança. A ideia é que uma viatura possa ser despachada para o local em minutos, aumentando a chance de impedir a ação criminosa.
Exemplos no Brasil
Em São Paulo, o programa Smart Sampa já utiliza milhares de câmeras com reconhecimento facial. Segundo dados do governo estadual, a tecnologia foi responsável pela captura de mais de 1.000 foragidos da Justiça até o início de 2025. Outros estados seguem a mesma tendência, como o Paraná, que expande o projeto “Olho Vivo” com novas câmeras inteligentes para reforçar o policiamento.
A implementação, no entanto, levanta discussões importantes sobre privacidade e o uso de dados pessoais, temas regulados pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Outro ponto de atenção é o risco de vieses nos algoritmos, que poderiam levar a identificações incorretas e abordagens injustas, exigindo regulamentação clara e transparência.
Apesar dos desafios, a tecnologia representa uma mudança de paradigma na segurança pública. A vigilância deixa de ser reativa, baseada na análise de crimes já ocorridos, para se tornar uma ferramenta proativa, com potencial para intervir e evitar novas ocorrências.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.