A tecnologia que monitora barragens e pode salvar muitas vidas
Drones, sensores e inteligência artificial são usados para monitorar estruturas e prever desastres; conheça as inovações que aumentam a segurança
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O recente alerta em Brumadinho (MG), que elevou o nível de emergência de uma barragem para 2, reacendeu o debate sobre a segurança dessas estruturas. Embora o gatilho para a medida tenha sido a falta de documentação técnica atualizada — e não uma anomalia detectada — o episódio destaca a importância de um monitoramento rigoroso. Para evitar novas tragédias, o setor de mineração dispõe de um arsenal tecnológico que combina drones, sensores e inteligência artificial para acompanhar as estruturas 24 horas por dia.
Essa abordagem tecnológica, quando implementada, representa um avanço significativo em relação à fiscalização tradicional, que dependia majoritariamente de inspeções humanas periódicas. A tecnologia permite uma análise contínua e em tempo real, capaz de detectar alterações mínimas que poderiam passar despercebidas. No entanto, é importante ressaltar que a adoção desses sistemas avançados não é universal, e muitas barragens no Brasil ainda carecem de monitoramento adequado ou operam com pendências de documentação.
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Como funciona o monitoramento moderno?
A nova abordagem se baseia na coleta massiva de dados por diferentes equipamentos. Drones equipados com câmeras de alta resolução e sensores a laser sobrevoam as barragens para criar mapas tridimensionais detalhados. As imagens permitem identificar fissuras, deformações ou deslocamentos de terra com precisão milimétrica.
Ao mesmo tempo, uma rede de sensores é instalada diretamente na estrutura e no solo ao redor. Entre eles estão:
Piezômetros: medem a pressão da água dentro da barragem, indicando possíveis infiltrações.
Inclinômetros: monitoram a inclinação e a movimentação vertical e horizontal da estrutura.
Sensores de fibra óptica: detectam deformações e mudanças de temperatura ao longo de toda a sua extensão.
Todo esse volume de informações é enviado para uma central de controle, onde softwares de inteligência artificial analisam os dados. Os algoritmos são treinados para reconhecer padrões que sinalizam um comportamento anormal da barragem. Se uma anomalia é detectada, o sistema emite um alerta automático para as equipes de segurança.
A principal vantagem desse sistema integrado é a capacidade de antecipação. A combinação de tecnologias permite criar modelos preditivos que calculam a probabilidade de uma falha ocorrer, fornecendo um tempo vital para a evacuação de comunidades e a adoção de medidas emergenciais. A tecnologia, portanto, atua como uma sentinela digital, cujo trabalho é garantir que o alarme soe antes que seja tarde demais.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.