Os tesouros que Dom Pedro II deu ao Brasil e que você pode ver até hoje
O imperador foi um grande incentivador das artes e ciências; conheça o legado que enriquece museus e instituições culturais brasileiras
compartilhe
SIGA
Longe de ser apenas uma figura política, Dom Pedro II foi um dos maiores colecionadores e incentivadores da cultura e da ciência no Brasil. Sua paixão pessoal por conhecimento resultou em acervos de valor inestimável, que hoje formam a base de algumas das mais importantes instituições culturais do país, abertos à visitação.
O gosto do imperador por diferentes áreas do saber pode ser visto em coleções que vão da arqueologia à fotografia. Grande parte desses itens foi adquirida em suas viagens ao exterior ou por meio de encomendas diretas, refletindo um projeto de modernização e produção de conhecimento em solo brasileiro durante o século XIX.
Uma paixão pelo Egito Antigo
Um dos exemplos mais claros de seu legado é a coleção de arte egípcia que pertenceu ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Dom Pedro II era fascinado pela civilização dos faraós e, durante uma visita ao Egito em 1876, recebeu como presente o sarcófago da cantora Sha-Amun-en-su, que nunca havia sido aberto. Tragicamente, o incêndio que atingiu o museu em 2 de setembro de 2018 destruiu o sarcófago e grande parte desse precioso acervo.
A coleção, que era considerada uma das maiores da América Latina, incluía múmias humanas e de animais, sarcófagos, estelas e amuletos que ele trouxe para o Brasil. Esse acervo demonstrava não apenas seu interesse pessoal, mas também sua visão de que o país deveria abrigar coleções de relevância mundial.
A maior coleção de fotografias do século XIX
Outro tesouro fundamental é a Coleção Thereza Cristina Maria, doada pelo próprio imperador à Biblioteca Nacional. Com mais de 21 mil fotografias, é considerada uma das coleções fotográficas mais importantes do mundo, reconhecida pela UNESCO como parte do Programa Memória do Mundo. As imagens retratam o Brasil da época, com paisagens, cidades, retratos e cenas do cotidiano, além de registros de suas viagens. Parte deste acervo está digitalizada e pode ser acessada online.
Essa coleção revela o olhar de Dom Pedro II para a fotografia como um documento histórico e uma forma de arte. Ele não apenas colecionava, mas também era um fotógrafo amador, entendendo a importância da nova tecnologia para registrar a memória de uma nação em formação.
O olhar para a ciência e a natureza
O interesse do monarca não se limitava às humanidades. Ele era um grande entusiasta da astronomia e das ciências naturais, tendo apoiado o Observatório Imperial, hoje Observatório Nacional. Além disso, incentivou expedições de naturalistas que percorreram o Brasil, resultando em coletas de espécimes da fauna e flora que enriqueceram as coleções do Museu Nacional. Ele também foi patrono e membro ativo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), onde participava de sessões e promovia a pesquisa sobre a formação do país.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.