Como a NASA monitora cometas interestelares como o 3I/ATLAS
Conheça os supertelescópios e as tecnologias de ponta que os cientistas usam para rastrear objetos espaciais e proteger o nosso planeta de ameaças
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A descoberta do cometa interestelar 3I/ATLAS despertou a curiosidade sobre como nosso planeta é vigiado contra ameaças espaciais. Embora sua passagem pelo sistema solar o mantenha a uma distância segura de aproximadamente 270 milhões de quilômetros, o evento destaca a importância da vigilância celeste. A NASA, em colaboração com agências de todo o mundo, opera uma complexa rede de defesa planetária, projetada para detectar, rastrear e caracterizar objetos como asteroides e cometas que possam cruzar a órbita terrestre.
Esse trabalho é coordenado pelo Escritório de Coordenação de Defesa Planetária (PDCO, na sigla em inglês). Descoberto em 1º de julho de 2025, o cometa 3I/ATLAS atingiu seu periélio (ponto mais próximo do Sol) em 30 de outubro de 2025. Mesmo não representando uma ameaça, sua observação é crucial. A missão do PDCO é encontrar qualquer objeto próximo da Terra, conhecido como NEO (Near-Earth Object), e monitorar sua trajetória para garantir que não represente um risco de impacto. Tudo começa com a detecção.
Uma rede global de vigilância
A base do sistema de monitoramento são telescópios de alta potência, tanto em solo quanto no espaço. Programas como o Catalina Sky Survey, no Arizona, e o Pan-STARRS, no Havaí, varrem o céu noturno continuamente. Eles capturam sequências de imagens da mesma região do espaço, e softwares avançados comparam essas fotos para identificar pontos de luz que se moveram.
O próprio sistema ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), que deu nome ao cometa 3I/ATLAS e tem uma de suas unidades no Chile, é um exemplo dessa tecnologia. Ele consiste em telescópios que escaneiam o céu várias vezes por noite para dar um alerta final sobre objetos menores em rota de colisão. Uma vez que um objeto é identificado, seus dados são enviados ao Minor Planet Center, o centro global que cataloga essas descobertas.
A partir daí, cientistas calculam a órbita do corpo celeste com alta precisão. Eles usam esses cálculos para prever sua trajetória futura, determinando a que distância ele passará da Terra. Objetos que chegam a menos de 7,5 milhões de quilômetros do nosso planeta e têm mais de 140 metros de diâmetro são classificados como "potencialmente perigosos".
O que acontece se uma ameaça é detectada?
Caso um objeto apresente risco real de impacto, a NASA tem protocolos para avaliar a ameaça e desenvolver estratégias de mitigação. A ideia não é destruir o objeto, o que poderia criar múltiplos fragmentos perigosos, mas sim desviá-lo de sua rota.
Essa capacidade foi testada com sucesso na missão DART (Double Asteroid Redirection Test), em 2022. Na ocasião, uma espaçonave foi lançada deliberadamente contra o asteroide Dimorphos para alterar sua órbita. O sucesso da missão demonstrou que a tecnologia de impacto cinético é uma ferramenta viável para a defesa do nosso planeta contra futuras ameaças cósmicas.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.