O que diferencia o Nubank de um banco tradicional? Conheça as licenças
A decisão do BC jogou luz sobre os diferentes tipos de instituições financeiras; entenda o que é uma 'sociedade de crédito' e uma 'IP'
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Uma nova regra do Banco Central (BC), aprovada em 27 de novembro de 2025 pelo Conselho Monetário Nacional, gerou dúvidas sobre a natureza do Nubank e outras fintechs. Divulgada no dia 28, a resolução proíbe que instituições sem uma licença bancária completa utilizem o termo "banco" em seus nomes, levantando a questão: qual a real diferença entre o Nubank e um banco tradicional?
A resposta está nos tipos de licenças concedidas pelo BC. Bancos tradicionais, como Itaú e Bradesco, são classificados como "bancos múltiplos". Isso significa que eles possuem uma única e ampla autorização para oferecer um vasto portfólio de serviços, incluindo contas correntes, poupança, investimentos, crédito e câmbio.
O Nubank, por outro lado, opera com uma estrutura diferente, baseada em licenças como as de Instituição de Pagamento (IP), Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) e também de corretora de títulos e valores mobiliários. Essa combinação permite que a empresa ofereça serviços semelhantes aos de um banco, mas com regulações distintas.
O que cada licença permite?
A licença de Instituição de Pagamento (IP) é o que autoriza a fintech a gerenciar contas de pagamento. É por meio dela que os clientes podem realizar transferências via Pix, pagar boletos e usar o cartão de débito. O dinheiro depositado nessas contas fica separado do patrimônio da empresa, o que garante proteção aos usuários.
Já a licença de Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) possibilita a oferta de produtos de crédito. É essa autorização que permite ao Nubank disponibilizar cartões de crédito e empréstimos pessoais aos seus clientes.
Na prática, a combinação dessas licenças cobre a maior parte das necessidades financeiras do dia a dia. A principal diferença é que a estrutura do Nubank é mais segmentada, enquanto um banco múltiplo concentra todas as operações sob uma única e mais complexa regulamentação.
O que muda com a nova regra?
A nova determinação do Banco Central foca em tornar essa distinção mais clara para o consumidor. As instituições afetadas terão 120 dias para apresentar um plano de adequação ao BC, com prazo máximo de até um ano para a implementação completa das mudanças. Para os clientes, no entanto, os serviços e a segurança das operações permanecem inalterados, pois todas as atividades continuam sob a supervisão direta do BC.
Em resposta à nova regra, o Nubank anunciou em 3 de dezembro de 2025 que pretende obter uma licença bancária completa no Brasil. Com essa decisão, a empresa poderá manter seu nome atual sem necessidade de mudanças na marca ou identidade visual.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.