Mão segura aparelho de iPhone -  (crédito:  Bryce Haymond / Creative Commons)

Mão segura aparelho de iPhone

crédito: Bryce Haymond / Creative Commons

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Por que Apple negocia para colocar inteligência artificial do Google no iPhone, dólar volta a passar de R$ 5 em semana de atenções voltadas aos BCs e outros destaques do mercado nesta terça-feira (19). 

 

**APPLE QUER USAR IA DO GOOGLE EM IPHONE**

 

A Apple está em negociações para usar a IA (inteligência artificial) generativa do Google, o Gemini, em ferramentas do iPhone.

 

A informação publicada nesta segunda pela Bloomberg, citando fontes, fez as ações da companhia conhecida pelo buscador fecharem em alta de 4,4%.

 

Os papéis da Apple subiram 0,6%.

 

A Bloomberg afirma que um acordo ainda não foi firmado nem deve ser anunciado até junho, quando acontece a conferência de desenvolvedores da Apple. A fabricante também chegou a procurar a OpenAI, conforme a agência.

 

A ideia da empresa da maçã é usar o sistema do Google na criação de imagens e de textos, enquanto ela adotaria ferramentas de IA desenvolvidas em casa para outros recursos do dispositivo.

 

 

O que cada um ganharia com o acordo:

 

? A Apple pode diminuir a distância em relação a seus concorrentes na corrida da IA, motivo de críticas de investidores e analistas da empresa.

 

- A Samsung, sua principal rival em smartphones, lançou o Galaxy S24 com ferramentas abastecidas pelo Gemini.

 

? O Google teria sua tecnologia inserida em 2,2 bilhões de iPhones, gerando escala e ?principalmente? informações para treinar sua IA.

 

- O negócio a reforçaria na briga contra o ChatGPT, da OpenAI, que está nas ferramentas do Pacote Office e Bing da Microsoft.

 

Este não seria o primeiro acordo significativo entre as duas companhias. O Google paga bilhões de dólares todo ano à Apple para ser o mecanismo de busca padrão do Safari e do iPhone.

 

SIM, MAS...

 

Nova parceria das duas big techs poderia enfrentar obstáculos com os órgãos reguladores, assim como o atual acordo entre elas é alvo das autoridades americanas e europeias.

 

No mês passado, o Google desativou a ferramenta do Gemini para geração de imagens depois que ela entregou representações com imprecisões históricas, como a de soldados nazistas ou de fundadores dos EUA com diversas etnias.

 

Sundar Pichai, CEO da companhia, disse em memorando aos funcionários que as respostas geradas pela ferramenta eram "problemáticas" e "inaceitáveis".

 

 

 

**'AI WASHING'**

 

A SEC (a CVM americana) está em uma cruzada para acabar com o "AI washing" (lavagem de IA, na tradução literal).

 

ENTENDA

 

O termo faz referência ao "greenwashing", nome dado à propaganda enganosa de empresas e governos sobre ações voltadas à sustentabilidade.

 

Se a onda ESG dos últimos anos diminuiu, agora é a febre da IA que faz as companhias correrem para anunciar a adoção da ferramenta ?que às vezes nem existe.

 

É o que a SEC afirma ter acontecido com duas empresas americanas.

 

Segundo as autoridades, a Delphia fez declarações falsas sobre como estava usando machine learning (aprendizado de máquina) em seu processo de investimento de 2019 a 2023.

 

A Global Predictions também fez afirmações enganosas, ao afirmar que era a primeira consultora financeira regulamentada com uso de IA, de acordo com o órgão regulador.

 

Nenhuma das empresas admitiu ou negou as alegações da SEC ao chegar a um acordo em seus casos. A Delphia concordou em pagar US$ 225 mil e a Global Predictions, US$ 175 mil.

 

Só se fala disso: mais de 40% das empresas do S&P 500 (índice que reúne as 500 maiores companhias americanas) citaram o uso de IA em seus balanços, conforme um levantamento da Bloomberg.

 

 

 

**DÓLAR VOLTA AOS R$ 5**

 

O dólar voltou a fechar acima de R$ 5 nesta segunda, em uma semana cercada pelas expectativas no mercado sobre que sinais serão emitidos pelos bancos centrais do Brasil e dos EUA na quarta (20).

 

É a primeira vez que a moeda americana fecha acima de R$ 5 desde outubro. Ela encerrou o pregão desta segunda em R$ 5,02.

 

O QUE EXPLICA

 

A atual alta da divisa tem mais a ver com o contexto internacional do que com o local. Tanto que moedas de outros países emergentes também se desvalorizaram nesta segunda.

 

O que o mercado espera dos BCs:

 

AQUI...

 

É consenso que o Copom cortará os juros em 0,50 ponto. A dúvida é se ele manterá em seu comunicado a parte que prevê novos cortes de mesmo tamanhos "nas próximas reuniões" ?assim, no plural.

 

Isso significaria dizer que o BC se comprometeria com pelo menos mais dois cortes de 0,5 ponto, deixando a Selic no patamar de um dígito (9,75%) no meio do ano.

 

Uma mudança no comunicado indicaria uma piora no balanço de riscos do BC, de olho nos efeitos inflacionários dos serviços e dos alimentos, afetados pelo El Niño.

 

...E LÁ

 

Os juros devem ficar inalterados, mas os analistas estarão de olho no pronunciamento do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell.

 

Se no começo do ano as apostas estavam para a primeira queda de juros acontecer em março, agora eles já passaram para junho, e podem ficar para o segundo semestre a depender do que for comunicado pelo Fed.

 

Eventual atraso no corte das taxas nos EUA podem impactar no mercado financeiro, com recuo nas Bolsas e alta do dólar ?já que o patamar dos juros brasileiros se aproximaria ao do americano, reduzindo a atratividade aos investidores de fora.

 

 

 

**'TURISMO DE COMPRAS' DEIXA DE SER ATRATIVO NA ARGENTINA**

 

A onda de brasileiros que cruzam a fronteira com a Argentina para fazer as compras do mês, cena comum até o fim do ano passado, ficou mais rara sob o novo governo de Javier Milei.

 

O QUE EXPLICA

 

A nova realidade é um dos efeitos das medidas apresentadas pelo ultraliberal para tentar corrigir os preços, equilibrar as contas públicas, parar de emitir dinheiro e conter a inflação histórica no país.

 

A principal explicação para o fim das "promoções" aos brasileiros está na forte desvalorização da moeda local aliada ao corte nos subsídios. A combinação encareceu principalmente os preços de itens de supermercado, como bebidas, itens de higiene e gasolina.

 

EM NÚMEROS

 

- 3 mil pesos (R$ 15 na cotação paralela atual) era o preço médio dos vinhos no governo do peronista Alberto Fernández; agora, ele é de 7 mil pesos (R$ 35).

 

- 80% foi a alta nos combustíveis, que eram muito subsidiados; o preço hoje é semelhante ao de países vizinhos.

 

- 2,4 milhões de travessias terrestres e fluviais de menos de um dia à Argentina foram feitas em 2023, ante 1,5 milhão no ano anterior.

 

O governo Milei, que completa cem dias hoje (19), comemorou seu segundo mês consecutivo de superávit em fevereiro. Por outro lado, viu a pobreza subir a 57% da população, já que as medidas fizeram os preços explodirem muito acima dos salários.

 

 

 

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

 

 

 

MINISTÉRIO DA FAZENDA

 

Fazenda prepara mudança em IR sobre aplicações financeiras, diz Haddad. Segundo ministro, tributação de dividendos vai exigir 'mais estudos'.

 

 

 

REFORMA TRIBUTÁRIA

 

Bancadas apresentam proposta para limitar 'imposto do pecado' da reforma tributária. Projetos de parlamentares e setor privado sobre concessões, exceções e Carf foram apresentados nesta segunda (18).

 

 

 

AGRONEGÓCIO

 

Maior pagador de impostos do Paraguai, brasileiro líder do agro no país critica governo Lula. Segundo José Marcos Sarabia, que lançou livro na última sexta (15), melhor negócio da carreira foi ter saído da Argentina.

 

 

 

MERCADO

 

Leilão da Receita terá iPhone, notebooks e videogame apreendidos no aeroporto de Guarulhos. Interessados podem se inscrever até 27 de março; são 129 lotes de itens variados, com lances de R$ 200 a R$ 1,5 milhão.