Vídeo do

Vídeo do "Funk do pão de queijo" já superou mais de 1 bilhão de visualizações

crédito: Bolofofos/Reprodução/Youtube

Se você tem crianças pequenas em casa, ou convive com elas, certamente já cantou o “Funk do pão de queijo”, com um refrão que repete o nome da iguaria e completa: “isso é tudo que eu desejo”. Afinal, o vídeo com a música já ultrapassou a marca de 1 bilhão e meio de visualizações no YouTube. O sucesso entre a meninada é obra do canal infantil mineiro Bolofofos, que produz clipes com animações vibrantes e músicas e ultrapassou recentemente a marca de 10 milhões de inscritos. O feito rendeu uma placa de diamante, entregue pela plataforma de vídeos.


Eduardo San Marino, animador e criador do Bolofofos, comemora o alcance que seus vídeos têm entre o público, seja de crianças, seja de adultos. “Essa universalidade de literalmente, qualquer um poder entrar e assistir, é a essência do Bolofofos. Me dá orgulho saber que tem bilhões e bilhões de vídeos no YouTube e apenas 41 clipes do Bolofofos e, mesmo assim, muitas pessoas escolhem assistir o nosso canal", diz o animador, que mora em Uberaba, no Triângulo Mineiro.


O último Relatório de Impacto Econômico do YouTube, realizado pela Oxford Economics, apontou que o ecossistema criativo da plataforma, no qual o canal faz parte, já contribuiu com R$ 4,55 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O documento também destacou o Bolofofos como um dos bons exemplos do mercado de vídeos infantis, com a procura de pais por conteúdos para seus filhos crescendo a todo vapor. Uma pesquisa realizada esse ano pelo instituto Quantas com pais de crianças entre 3 a 12 anos revelou que cerca de 72% dos seus filhos utilizam o Youtube Kids.

Leia também: Criadores de conteúdo no YouTube contribuíram com R$ 4,55 bi para o PIB


Com o volume de conteúdos publicados na plataforma diariamente, muitos pais se preocupam com o que os filhos estão assistindo. Amanda Berezoski, gerente de parcerias de conteúdos infantis do YouTube Brasil, afirma que a plataforma utiliza algoritmos e um sistema de revisão humana que evitam a distribuição de conteúdos no YouTube Kids que não sigam as diretrizes da plataforma. “Nem todo conteúdo que é feito no YouTube está no YouTube Kids, porque queremos que o YouTube Kids seja um ambiente mais controlado e que corresponda mais com os nossos pilares de qualidade”, afirma.


Em relação ao Bolofofos, Amanda acredita que o canal seja um ótimo exemplo de boas práticas dentro da plataforma. “Nossos criadores representam para a gente a criatividade, e o Bolofofos é um canal extremamente criativo e comprometido com os nossos princípios de qualidade [de conteúdo] infantil”, explica.


San Marino celebra o apoio do YouTube ao longo dos anos e avalia que, sem a plataforma, talvez o Bolofofos não existisse. “Antes, não tínhamos tanto contato direto lá, mas quando começamos a conhecer as pessoas que trabalham lá, nós fizemos verdadeiros amigos”, conta. A filha mais velha dele, Duda, também relata que essa boa relação não se resume apenas ao YouTube. “É bem legal esse contato até com as áreas que não tem conexão direta com a gente dentro do Google, e temos o prazer de conhecer pessoas que admiram o Bolofofos”.

AGRADO PARA O FILHO


A ideia do Bolofofos surgiu quando o segundo filho de Eduardo, Rick, nasceu e ele não conseguia encontrar bons vídeos para ver com o seu filho. Assim, em 2014, o animador tirou um sonho de infância do papel e, ainda contou com a colaboração de toda a sua família. “Foram anos levando os dois trabalhos juntos, fazendo o Bolofofos na madrugada. Eu sou muito orgulhoso e tenho muito amor pela minha minha família por ter me aguentado nesse tempo”, conta o animador.

Duda, atualmente com 19 anos, é encarregada de dublar os vídeos e, além disso, é a inspiração para a personagem Sophie. Já Rick, de 10 anos, ajuda com as ideias para as animações e também inspirou o personagem do Bolofofos de mesmo nome. A esposa de Eduardo, Fernanda, além de ser a inspiração para a personagem Bunny, também é responsável pelas questões administrativas, jurídicas e financeiras do canal.

No início, Eduardo conta que conciliava a elaboração dos vídeos com as demandas do seu antigo trabalho. “Com o tempo eu fui montando uma equipe para me ajudar com os trabalhos de freelancer, até que essa equipe assumiu o trabalho por completo, mas foi um processo bem lento e importante, porque é legal você estar 100% com o coração no projeto”, relata.

Sete anos após o início do canal, em 2021, o animador saiu de seus outros empregos que tinha para se dedicar totalmente ao Bolofofos e, uma vez que o canal passou a se desenvolver, não parou de ganhar novos inscritos. “Foram cerca de cinco anos para alcançar a marca de 100 mil inscritos, mas agora são 100 mil a cada duas semanas”, revela Eduardo.

Duda, que agora também está estudando para seguir os passos do pai para se tornar uma animadora, tem algumas projeções que pensa para o futuro do canal. “O Bolofofos tem um potencial de carregar a cultura brasileira para uma expansão maior. Trazer esses ritmos e cores para o mundo, mas eu digo que não é com a intenção de moldar para outros países, mas sim de levar o Brasil para fora”. Por outro lado, o Eduardo diz que os seus planos são menos ambiciosos e planeja apenas qual será o próximo vídeo. Que vai ser sucesso, isso ninguém duvida. 

*Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria