A época mais iluminada do ano já chegou com a decoração natalina. Apesar da beleza desse período, as luzes usadas para decoração podem ser bastante prejudiciais à saúde ocular, causando fortes efeitos em algumas pessoas.
Leia Mais
A médica oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, explica que o fato se dá pelas características com o brilho intenso e as luzes piscantes, o ofuscamento e o alto contraste - uma vez que costumam ser adicionadas em ambientes escuros - sendo uma combinação perfeita para desencadear a fadiga visual.
A iluminação natalina sobrecarrega a visão, exigindo um grande esforço ocular para adaptação à mudança constante do padrão das luzes, assim como em relação à intensidade.
A situação causa reclamações, como visão turva e embaçada, olho seco e percepção de “estrelinhas” ou flashes no campo de visão. Os sintomas mais sérios são enxaquecas, descolamento de retina e, até mesmo, epilepsia, devido ao padrão luminoso piscante.
A condição é comum no cotidiano da jornalista Gabrielle Silva. Ela trabalha usando o computador, sendo natural que sinta um cansaço visual no fim do dia, problema intensificado ao sair na rua. “Tenho astigmatismo e, no período da noite, quase não consigo enxergar os detalhes dos objetos e letreiros, me impedindo de dirigir e, agora, com as luzes de natal, os efeitos são ainda piores. Adoro essa época do ano e sempre aproveito a decoração para tirar fotos com a minha família, porém, faço isso o mais rapidamente possível”, conta.
Segundo a médica, como a celebração familiar é comum, sendo difícil evitar a participação, existem algumas recomendações para maior qualidade de vida e segurança durante este período do ano. Ela informa que quem tem astigmatismo e fotofobia deve evitar ambientes muito iluminados e, não apenas durante essa época, mas, sempre, pois acaba cansando. As pessoas não devem olhar focos de luz diretamente, como por exemplo, os faróis ao dirigir, evitando a cegueira momentânea.
Juliana alerta que um maior conforto ainda pode ser proporcionado com o uso de pausas regulares, também indicado para aparelhos eletrônicos. Deve-se procurar um ambiente escuro e fechar os olhos por um momento para os olhos terem descanso e manter a lubrificação, importante para evitar desconfortos causados pela redução das piscadas com uma iluminação mais intensa.
Os sintomas são considerados inofensivos, afirma a oftalmologista, exceto se a exposição for maior que o normal, quando persistem, mesmo com os cuidados e descanso. Em casos de sinais recorrentes, vale buscar um hospital oftalmológico ou agendar consultas periódicas.
