ENTREVISTA

Vida moderna inaugura conjunto de desafios para a saúde ocular, diz médico

Oftalmologista reforça que hábitos cotidianos influenciam diretamente o bem-estar dos olhos; entenda

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Especialista em catarata, lentes de contato, cirurgia refrativa e ceratocone, o oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira observa que a vida moderna inaugurou um conjunto de desafios inéditos para a saúde ocular. Com especializações pela Unifesp, Hospital Sírio-Libanês e Harvard, além de filiações nas Academias Brasileira, Americana e Europeia de Oftalmologia, ele explica como hábitos cotidianos influenciam diretamente o bem-estar dos olhos e por que o diagnóstico preciso se tornou ainda mais importante.

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A rotina atual está produzindo novas doenças oculares?


Sem dúvida. O uso intenso de telas, a baixa umidade e a permanência em ambientes climatizados criaram condições que não víamos na mesma escala há alguns anos. A Síndrome da Visão Computacional (CVS) é um exemplo claro desse cenário, com sintomas como cansaço, ardência, visão turva e dor de cabeça no fim do dia. O olho seco evaporativo também se tornou uma queixa muito frequente, resultado de ambientes secos e da redução do piscar diante das telas.

A miopia também tem relação com o estilo de vida moderno?


Não em sua origem, mas o avanço da miopia acompanha a urbanização e o tempo reduzido ao ar livre. Crianças e adultos permanecem longos períodos em atividades com telas de perto, com pouco descanso visual. A luz natural é fundamental para o desenvolvimento ocular saudável, e a falta dela tem contribuído para um aumento importante de casos.

Esses sintomas podem confundir o diagnóstico?

Podem e têm confundido. Muitos pacientes chegam acreditando ter alergia ou infecção, quando na verdade apresentam olho seco relacionado à rotina. Outros confundem fadiga visual com problemas refrativos. Cabe ao oftalmologista identificar nuances, cruzar histórico familiar, comportamento e sinais clínicos para chegar ao diagnóstico adequado. A experiência faz diferença para não medicar de forma excessiva ou equivocada.

O que mudou no papel do oftalmologista diante desses novos comportamentos?


Hoje, precisamos olhar para além do exame. É necessário entender a dinâmica do paciente, como ele trabalha, quantas horas passa diante de telas, como dorme, se ele se expõe ao ar livre... A cultura contemporânea produz hábitos que impactam diretamente o funcionamento ocular, e o médico se torna também um educador sobre prevenção e equilíbrio.

Quais medidas simples podem ajudar na prevenção?


Pausas regulares a cada 20 ou 30 minutos, aumento da exposição à luz natural, ajustes no uso do ar-condicionado e hidratação adequada. Para quem usa telas o dia todo, erguer o olhar para longe por alguns segundos já ajuda a reduzir o esforço ocular. E claro, consultas periódicas, porque muitos problemas ainda surgem sem sintomas evidentes.


A população está mais atenta à saúde ocular?

Percebo maior consciência, mas ainda há desconhecimento sobre o impacto da rotina. As pessoas tendem a relacionar sintomas apenas a doenças e esquecem que hábitos cotidianos também adoecem os olhos. Quando entendem essa lógica, a adesão ao tratamento e à prevenção melhora muito.

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